18/10/2014

Alguns ecos do dia de ontem

Ontem foi o Dia Da Erradicação da Pobreza, fiz uma análise rápida do dia, as televisões (TODAS) e os seus telejornais, começaram e fecharam as noticias a tecer loas ao novo IRS, agora sim é que vai ser bom, com mais um filho ganha X, dois Y, por aí fora, pelo meio conferencias de imprensa dos ministros, sobre a vantagem de termos este fabuloso imposto de que teremos forçosamente de gostar à força de tanta propaganda e ainda uns novos impostos sobre os sacos plásticos, essa famigerada invenção que tem de ser banida dos supermercados, aliás os portugueses são uns desaproveitados dos sacos de plástico a nível mundial, deve ser por isso que a minha mãe tem uma gaveta com dezenas de sacos de plástico todos devidamente dobrados e prontos a ser reutilizados, eu não os dobro mas tenho lá uma caixa cheia, mas não, isso não serve de nada, temos de trazer as coisas na mão sob pena de o ambiente e os cofres da máquina devoradora do estado não aguentarem. Nem uma palavra sobre a pobreza. Qualquer dia pedir-nos-ão novamente uma campanha para dar alimentos, que serão comprados a preço de venda normal, com IVA máximo para o estado e enfim depois da boa acção, todos ganham, os pobres umas migalhas, o estado os impostos e o supermercado que aumenta a venda do dia com os lucros de sempre.
Mas a noticia que mais me entristeceu foi a da menina que depois de salvar quatro irmãos dum incendio num prédio, voltou lá dentro e acabou por morrer. Que notícia tão triste para assinalar o Dia da Erradicação da Pobreza.

1 comentário:

Farelhão disse...

"Quem uma Pátria cobre de ignomínia, nem o tempo lhe roerá os olhos, para sua eterna vergonha".(José Carlos de Vasconcelos)
Isto foi escrito num contexto diferente(fascismo), mas infelizmente aplica-se perfeitamente aqui e agora.
Devemos TODOS envergonhar-nos do (des)governo que temos, dos que nos representam e permitem que eles nos (des)governem e de nós próprios, por nos sujeitarmos a tudo isto.
"Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
a pouca sorte de ter nascido nela".(Jorge de Sena)
Será que nos resta apenas a raiva e a lembrança dos sonhos perdidos?
Parece que sim.