Corria o ano de 1962 no dia 31 de Outubro, a nortada era muito forte e os barcos vieram arribados, António Sales e Manuel “Preto” vieram pelas 6 h da manhã para casa, normalmente passavam pela praia de Peniche de Cima, quando repararam na aflição de um iate desgovernado na baía a ir contra o cerro da praia, logo deram o alarme, acorreram homens e mulheres, juntaram-se homens, uns pertenciam á tripulação do salva vidas outros não, todos eram pescadores, enquanto os homens se prepararam, as mulheres iam pondo o salva vidas abaixo, o mestre do salva vidas não aparecia pelo que tinha de se tomar a responsabilidade e quem comandou o barco foi José Gabriel Rodrigues, pescador que também tinha vindo do mar devido ao temporal, e que acompanhado por António Sales “Palalas”, Manuel “Preto”, Luís da Pita, Silvino Chaves, Napoleão Almeida entre outros lá foram em socorro das pessoas aflitas.Viam-se 2 pessoas ainda dentro do iate, os vagalhões mandavam o iate contra as pedras do cerro, não havia tempo a perder, quando o salva vidas a remos chegou perto já os 2 homens estavam no mar com bóias, foram recolhidos com alguma dificuldade devido à fúria do mar, um deles estava ferido, mas todos regressaram a terra enquanto o iate For Frida se desfazia contra as pedras do cerro da praia.
O mestre improvisado José Gabriel Rodrigues ainda foi chamado por 2 vezes á Capitania para ser interrogado pelo Instituto de Socorros a Náufragos pois ele avançou sem autorização, mas tudo acabou em bem e todos os pescadores devido ao seu acto de bravura receberam um diploma e foram louvados, com publicação no Diário da Republica II série nº 185 de 7 de Agosto de 1963.
A tripulação do For Frida um iate Inglês era constituída por 2 indivíduos de nacionalidade inglesa. Esta foi a ultima acção levada a cabo pelo salva vidas de Peniche de Cima, hoje está no museu da Fortaleza e o edifício do Instituto está neste momento a ser utilizado por pessoal ligado á Marinha, penso que para férias mas não quero precisar, o aspecto do mesmo não é o melhor e não sei se não faria sentido ser aproveitado para as suas anteriores funções adaptadas aos tempos modernos ou a outras.
Edifício dos Socorros a Náufragos de Peniche de Cima no estado actual.
Em cima gravura feita a lápis sobre papel alusiva ao naufrágio.
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