07/09/2018

As “Mariolas” da Papôa

Uma das coisas que me faz mais confusão, retirando há uns anos uns montinhos de pedra ao nível da maré, já que no inverno as marés acabam por reposicionar o “seu” território, são as múltiplas “Mariolas” torres em pedra muita retirada do sítio e colocada mais acima, eu não sendo Geólogo, nem tendo conhecimentos científicos para interferir, mas não concordando ao que assisto, perguntei a um professor de Geologia, mais propriamente o Sr. Professor Francisco Félix, o que achava disto através de pergunta que lhe coloquei, eis a sua resposta:


“ - Considero que a construção de mariolas na Papôa, nomeadamente sobre a Brecha Vulcânica, representa uma grave agressão ao ambiente natural e uma ofensa aos cidadãos. Trata-se de uma forma de poluição visual sustentada pela alteração de um património geológico de referência. Sublinhe-se que a faixa costeira em causa se integra na Rede Natura 2000 e na Reserva da Biosfera das Berlengas, e por isso deveria estar a salvo de intervenções deste tipo. O capricho de alguém está a descaracterizar um espaço importante e uma mais-valia no que concerne ao aproveitamento turístico. A extração de fragmentos rochosos para fazer as pequenas torres, não faz qualquer sentido, assim como o transporte dos blocos para locais mais ou menos distantes. A acumulação dos fragmentos rochosos nas zonas mais elevadas pode revestir-se de perigosidade. Agora que o acesso à Papôa foi melhorado, tendo-se o cuidado de adotar uma solução sustentável, comete-se este crime ambiental. Assim como não queremos que as muralhas e outros monumentos sejam destruídos, também não aceitamos que um espaço natural possa ser substancialmente modificado. A Arméria - Movimento Ambientalista de Peniche já fez chegar às entidades competentes um “relatório” apelando para a necessidade de travar com a maior brevidade possível as construções referenciadas.”

Agradeço muito sinceramente os esclarecimentos do Professor F. Félix, junto 9 (nove) imagens que tirei no local e embora não traduzam tudo dão uma ideia do que se passa.









2 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Parece praga. Vêem-se por todo o lado,
Abraço e bom fim-de-semana

Alexandra disse...

O que é que se vê por todo o lado