31/10/2008

O Moinho Velho do Quebrado


A beleza da pedra do velho moinho.

Um dia especial

Nasceu ontem dia 30/10/2008 em Lisboa uma linda menina chamada Maria, ela é a minha neta.
À minha filha Andreia e ao pai Paulo os meus parabéns e desejos do melhor para a sua filha e para eles.

Obrigado por me darem mais esta alegria.

29/10/2008

A Fortaleza de Peniche, a Pousada e o futuro

A fortaleza de Peniche encontra-se hoje numa encruzilhada da sua já longa existência (construção cerca de 1570), vou por isso traçar aqui uma resumida cronologia da sua existência recorrendo à DGEMN (Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais) a bibliografia de outros autores (nomeadamente e principalmente do Dr. Mariano Calado) e a alguns apontamentos e memórias minhas, os factos marcantes da sua história, enfim as diversas facetas porque já passou, para assim enquadrar o assunto que aqui vou expor.




Cronologia:

1570 - Início das primeiras construções de defesa da península, a pedido de D. Afonso de Ataíde, conde de Atouguia, interrompidas c. de 1577, com a partida para o Oriente de D. Luís de Ataíde; (o baluarte do Redondo, dentro da fortaleza faz parte das construções então erigidas, segundo inscrição aí existente, além de obras pontuais de defesa do istmo).

1598 - Filipe Terzi desloca-se a Peniche para dirigir a construção da fortaleza, que não terá chegado a efectivar-se (Mariano Calado, 1991: p. 114).

c. 1645 - Conclusão da obra de remodelação da fortaleza, em planta estrelada, durante o governo de D. Jerónimo de Ataíde, segundo inscrição existente no portal principal.

c. 1650 - Início da construção da linha de muralhas, seguindo o istmo, defendida por fosso em todo o seu comprimento, a partir de braço de mar aí existente, segundo planta de Langres, que previa a construção de comportas junto aos baluartes da Misericórdia e Camboa (Ibidem, pp. 118/119).

c. 1665 - A construção dessa linha de muralhas ter-se-á iniciado mais tarde, ficando-se a dever a Simão Mateus e Mateus do Couto (Moreira, 1986: p. 79).

1686 - Manuel do Couto substitui Mateus do Couto (Gonçalves, 1983: p.256); o Forte de Nossa Senhora da Vitória, no Cabo Carvoeiro, terá sido construído por esta altura (Callixto, 1980).

1671 - Melhoramentos no Forte de Cabanas, segundo inscrição deslocada para o baluarte Redondo, na fortaleza (Ibidem, p. 154);

séc. XVIII, 1ª metade - conclusão de baluartes na linha de fortificação do istmo (Ibidem, p. 160).

1755 - O terramoto destrói parte da cortina defensiva do lado N.; reforço da mesma com vigotas de ferro e estacada (Ibidem, p. 162 e 183).

1759 - As armas do Conde de Atouguia existentes na fortaleza são picadas por ordem do Marquês de Pombal, por acusação de implicação no atentado de D. José.

1807 – Invasões francesas, a 8 de Dezembro o general Thomiéres entra triunfal em Peniche e ocupa a fortaleza (Ibidem. 170).

1808 - Construção das baterias para fogo de fuzil, por ordem de Junot, no Carreiro do Cabo e no Porto da Areia do Sul.

1808 – Meados de Setembro, a bandeira lusitana tremula ao vento no cimo das velhas muralhas da cidadela, Junot capitulara (ibidem, p. 173).

1810 - O marechal Beresford manda fazer obras na cidadela e em troços da muralha; construção de uma contra escarpa entre os baluartes da Ponte e da Misericórdia, para impedir o assoreamento do fosso.

1815 - Reparação de rombos na muralha da Camboa.

1820 – Inicio da guerra fratricida – participação activa da fortaleza de Peniche quer como praça de armas quer como prisão, quer pelo movimento liberal (até 1826) quer pelo chamado movimento absolutista (a partir de 1828).

1830 - Construção da fortificação no Portinho da Areia de Cima e ampliação do Forte das Cabanas.

1832 - Construção do entrincheiramento de São Miguel, entre o baluarte da Gamboa e as arribas do Porto da Areia do Norte.

1837 - Uma explosão no paiol da fortaleza destrói o palácio do governador.

1862 - Construção de contra escarpa, substituindo a levantada pelos ingleses, planeada pelo Cap. de Eng.ª Guedes de Quinhones e de igual defesa para o Portinho do Meio (Ibidem, p. 389).

1901 – A África do Sul fervera numa luta entre ingleses e «bóeres», vendo-se estes vencidos, obrigados a refugiar-se em território de Moçambique, onde lhes foi concedido asilo. Aos poucos o transporte de centenas de refugiados começa a ser feito para a metrópole e em Peniche estavam preparados para receber um oficial, um médico, dois clarins, dois enfermeiros e 275 praças; mas segundo um relatório de 13 de Março, poderiam ser alojados na Fortaleza três oficiais e 260 a 420 praças. Decorridos três anos e apaziguados os ânimos regressou a maioria dos refugiados à África do Sul ficando outros para sempre na terra que os recolheu. (Ibidem, p. 203).

1934 – A fortaleza transforma-se por acção do estado novo e devido à forte repressão política que se abate no país em prisão política de alta segurança, é seguramente um dos períodos mais negros da sua existência.

1960 – Fuga espectacular de Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP e mais 9 companheiros.

1974 – Libertação do país pelo movimento das forças armadas, ocupação militar da fortaleza e libertação dos presos políticos no dia 27 de Abril. Passa a acolher alguns presos mais importantes da PIDE e do antigo governo como Silva Cunha.

c. 1976 – Devido ao regresso de milhares de portugueses oriundos das ex-colónias aquando da descolonização algumas dezenas têm recolhimento na Fortaleza até à década de 80.

1984 – Um dos três pavilhões passa a ser usado como Museu Municipal, contemplando material arqueológico, etnográfico, histórico e ainda o núcleo da resistência.

2008 – Interesse do grupo Pestana em possuir uma Pousada nas instalações da Fortaleza.

ÉPOCA: séc. XVI – XX

Arquitecto/Construtor/Autor : Engº. militar Nicolau de Langres (1650) - linha de muralhas de defesa do istmo (Calado); Simão Mateus e Mateus do Couto (C. 1665) (Moreira); Mateus do Couto e Manuel do Couto, este a partir de 1686 (Gonçalves).

Fonte: Inventário da DGEMN - Angelo Silveira 1997.
Bibliografia: PEREIRA, Esteves, RODRIGUES, Guilherme, Portugal Diccionário, vol. V, Lisboa, 1911; LARCHER, Jorge das Neves, Castelos de Portugal, Lisboa, 1933; ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1946; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal, vol. V, Lisboa, 1955; Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976; CALLIXTO, Carlos, A Igreja, o Forte e o Farol do Cabo Carvoeiro, in Revista da Marinha, 86, Fev. 1980; GONÇALVES, Flávio, As obras setecentistas da Igreja de NªSª da Ajuda de Peniche e o seu enquadramento na Arte Portuguesa da 1ª metade do séc. XVIII, in Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa, 88, 89, 1982, 1983; MOREIRA, Rafael, Do rigor teórico à urgência prática: a arquitectura militar, in História da Arte, vol. 8, Lisboa, 1986; BLOT, J.Y., A cidadela do mar, Peniche, 1989; CALADO, Mariano, Peniche na História e na Lenda, Peniche, 4ª edição, 1991.
www.oestediario.com



O Futuro

Verificamos assim que a Fortaleza tem a ver com todo o sistema de defesa da península de Peniche e também dada a sua posição estratégica no âmbito de defesa do reino à época.
Quer dizer que a sua importância não pode ser só vista à luz da prisão política ou de monumento, mas tem que ser realçada a sua importância como praça de armas muito importante, prisão política em diversas épocas e ainda como centro de acolhimento também em diversas épocas.
Ou seja, toda a discussão que possa ser feita em relação ao futuro deste grandioso monumento tem de passar na minha opinião pela salvaguarda da identidade dos diversos serviços e enquadramentos históricos que a mesma teve.
Não faz então sentido centrar a discussão em torno da fortaleza ser:
Só museu de resistência;
Só pousada;
Pousada com museu da resistência;
Pousada com museu de resistência e museu municipal;

Penso que há uma hipótese que deve ser discutida na minha singela opinião, que é o monumento contemplar a nova pousada, uma zona reservada à identificação da praça de armas com todo o simbolismo histórico que isso tem e que seria também uma mais valia de interesse turístico, dada a importância que teve na história militar portuguesa nos séculos XVI a XIX, o museu de resistência em espaço condigno e suficiente e ainda um museu municipal mais moderno que o actual e mais interactivo que aborde todas as temáticas do concelho e são muitas, desde a construção naval à industria da pesca e conserveira, à arqueologia, à etnografia, etc e aqui confesso, é que ponho algumas dúvidas se o mesmo seria de ficar na fortaleza ou seria de criar um novo de raiz ao abrigo desta execução aproveitando “o balanço”, de facto um museu moderno e virado para o futuro pode não ser compatível com as condições apresentadas por um pavilhão da fortaleza, no entanto penso que o mesmo arquitecto que vai fazer o projecto da Pousada poderia apresentar um projecto para um museu destas características.

Enfim toda a discussão é possível e necessária, direi mesmo urgente. Tenho visto comunicados de diversas organizações, de partidos, entrevistas, posts em Blogs, noticias, a maioria de origem fora de Peniche e ainda não vi a discussão que deve ser feita pelos naturais de Peniche acerca do que se pretende para o nosso monumento.

Os naturais de Peniche nunca desejaram que a sua fortaleza se transformasse numa prisão política, era uma vergonha, mas agora em tempo de democracia, deixem-nos ao menos ter voto na matéria.

Estou a dar o meu contributo e acho que todos deveríamos dar a sua ideia, é assim que eu entendo a democracia, agora é que todos devemos dar uma opinião, não é depois da obra estar feita que nos vamos pôr a dizer mal.

24/10/2008

Vivicajo vai para a pesca




Mestre "Charrinho" aqui representado num cartaz alusivo ao "Dia do Pescador de 2002" e que me foi enviado posteriormente por um dos seus netos.

21/10/2008

Bússolas, Aparelhos de Navegar e outras Artes

Agulha de Marear; Marca - Garraio; Origem - Lisboa; Ano de Fabrico - Inicio Séc. XX
Agulha de Marear em caixa de madeira

Agulhão de Marear em Bronze; Marca - S/Ref.; Origem - U.S.A.; Ano de Fabrico - Final Séc. XIX
Agulhão c/ suspensão Cardan; Inscrição na base - USA-38.1

Agulhão de Marear Doris; Marca - J. Garraio; Origem - Lisboa; Ano de Fabrico - Inicio Séc. XX
O Agulhão Doris em latão era usado na pesca do bacalhau; Inscrição 5905 no arco.


Agulhão de Marear Doris; Marca - G. Vieira Lda; Origem - Lisboa; Ano de Fabrico - Inicio Séc. XX
Agulhão também usado por embarcações de pequeno porte



propriedade - Estêvão A. Henriques

20/10/2008

A Reforma do General

Por ter gostado bastante do texto que aqui apresento e pela oportunidade do mesmo, escrito por Fernando Dacosta na revista "Tempo Livre" propriedade do Inatel, aqui o publico na integra com a devida vénia.

Seres decentes

Quando cumpria o seu segundo mandato, Ramalho Eanes viu ser-lhe apresentada pelo governo uma lei especialmente congeminada contra si.

O texto impedia que o vencimento do Chefe de Estado fosse «acumulado com quaisquer pensões de reforma ou de sobrevivência» públicas que viesse a receber.
Sem hesitar, o visado promulgou-o, impedindo-se de auferir a aposentação de militar para a qual descontara durante toda a carreira.
O desconforto de tamanha injustiça levou-o, mais tarde, a entregar o caso aos tribunais que, há pouco, se pronunciaram a seu favor.
Como consequência, foram-lhe disponibilizadas as importâncias não pagas durante catorze anos, com retroactivos, num total de um milhão e trezentos mil euros.
Sem de novo hesitar, o beneficiado decidiu, porém, prescindir do beneficio, que o não era pois tratava-se do cumprimento de direitos escamoteados - e não aceitou o dinheiro.
Num país dobrado à pedincha, ao suborno, à corrupção, ao embuste, à traficância, à ganancia, Ramalho Eanes ergueu-se e, altivo, desferiu uma esplendorosa bofetada de luva branca no videirismo, no arranjismo que o imergem, nos imergem por todos os lados.
As pessoas de bem logo o olharam empolgadas: o seu gesto era-lhes uma luz de conforto, de ânimo em altura de extrema pungência cívica, de dolorosíssimo abandono social.
Antes dele só Natália Correia havia tido comportamento afim, quando se negou a subscrever um pedido de pensão por mérito intelectual que a secretaria da Cultura (sob a responsabilidade de Pedro Santana Lopes) acordara, ante a difícil situação económica da escritora, atribuir-lhe. «Não, não peço. Se o Estado português entender que a mereço», justificar-se-ia, «agradeço-a e aceito-a. Mas pedi-la, não. Nunca!»
O silencio caído pelo gesto de Eanes (deveria, pelo seu simbolismo, ter aberto telejornais e primeiras páginas de periódicos) explica-se pela nossa recalcada má consciencia que não suporta, de tão hipócrita, o espelho de semelhantes comportamentos.
...
Quem o conhece não se surpreende com a sua decisão, pois as questões de honra, da integridade, foram-lhe sempre inamoviveis. Por elas, solitário e inteiro, se empenha, se joga, se acrescenta - acrescentando os outros.
"Senti a marginalização e tentei viver", confidenciará, "fora dela. Reagi como tímido, liderando".
O acto do antigo Presidente («cujo carácter e probidade sobrelevam a calamidade moral que por aí se tornou comum», como escreveu numa das suas notáveis crónicas Baptista-Bastos) ganha repercussões salvíficas da nossa corrompida, pervertida ética.
Com a sua atitude, Eanes (que recusara já o bastão de Marechal) preservou um nível de dignidade decisivo para continuarmos a respeitar-nos, a acreditar-nos - condição imprescindível ao futuro dos que persistem em ser decentes.

Fernando Dacosta
Revista "Tempo Livre"
Fundação Inatel

17/10/2008

O Parque de Jogos do G.D.P.

Para memória futura aqui mostro o antigo parque de jogos do Grupo Desportivo de Peniche, hoje só utilizado pela formação. Um dia se, conforme esperamos todos, as obras do fosso da muralha avançarem até aqui, isto desaparecerá tudo. Ficam as memórias de quem aqui jogou e de quem como eu vi tantos jogos do Peniche, na 2ª Divisão Nacional.



Quantas vezes estávamos pelo café aos domingos e ouvíamos aquela música marcial (nunca percebi porque era a musica sempre militar) como que a chamar-nos para a "bola" e lá íamos todos em grupo, pelo caminho comprava-se logo umas castanhas, não era o tempo da massificação do futebol pelas televisões, era o tempo de gostarmos de ver o Peniche.

Quantas vezes vínhamos da escola e daqui desta muralha assistíamos ao treino de quinta-feira, o chamado treino de conjunto, onde ficávamos logo a saber qual a constituição da equipa, eram eles os nossos "Ronaldos", o Carapinha, o Joia, o Lino, etc
Num célebre jogo a que eu assisti, Peniche vs Leões de Santarem, ouve invasão de campo, o Peniche estava a ser "roubado", então do alto desta muralha foi disparado um tiro, seria de aviso (?), concerteza, mas foi muito baixo e apanhou um miúdo que como eu estava a ver o jogo. A bala penetrou na clavícula do rapaz, nunca mais me esqueci.


Balneários e zona de "aquecimento"

É só para que fique registada a memória dos nossos tempos de miúdos, em que tínhamos ali os nossos ases à mão de semear. Por certo há muitos de vós que como eu têm boas recordações deste campo, é um tempo que não volta, é só para registar.

15/10/2008

A Escola de Rendas


Assunto já tratado pormenorizadamente no Blogue Conversar em Peniche, venho no entanto ao mesmo graças a uma fotografia que me foi enviada por uma ex-aluna da mesma Casa de Trabalho - Escola de Rendilheiras, essa aluna é a Maria Wessels, irmã do meu amigo Albino e residente na África do Sul. Não vou aqui mencionar a necessidade de tratar da preservação das memórias, já tratadas por outros e bem, esta é só uma mostra de um espaço e de um tempo que já não existem.







10/10/2008

A crise financeira global (uma explicação)

É assim:
O Ti Joaquim tem uma tasca, na Vila Carrapato, e decide que vai vender copos "fiados" aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.
Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose do tinto e do bagaço (a diferença é o aumento do preço que os bêbados pagam pelo crédito).
O gerente do banco do Ti Joaquim, um ousado administrador formado em curso muito reconhecido, decide que o livrinho das dívidas da tasca constitui, afinal, um activo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o "fiado" dos bêbados como garantia.
Uns seis executivos de bancos, mais adiante, rastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrónimo financeiro que ninguém sabe exactamente o que quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros, movimentam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivados, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (os tais livrinhos das dívidas do Ti Joaquim).
Esses derivados estão a ser negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os bêbados da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e a tasca do Ti Joaquim vai à falência. E toda a cadeia se f****.
Viu... é muito simples...!!!


(Texto de humor (negro) recebido pela Internet.)

Pois é, seria para rir se não fosse um assunto tão sério. Passámos anos a ouvir chamar medíocres aos homens honestos, atrasados e retrógados aos verticais, sem iniciativa aos que simplesmente se limitavam a viver do seu trabalho honesto. Agora, aqueles que clamavam pela privatização dos hospitais, pela privatização da Caixa geral dos Depósitos, pela extinção do serviço Nacional de Saúde, "quem quiser saúde que a pague, diziam", pela privatização das reformas dos pensionistas, "porque os privados sim, saberiam gerir os fundos de pensões," menos estado melhor estado, diziam alguns. Onde estão agora? Se calhar são dos primeiros que docemente suplicam a intervenção providencial do estado nos bancos e nos seguros. A vida ensina-nos a todos, e todos teremos de tirar ilações, devemos abrir bem os olhos e ver.
Não sou economista, não tenho por isso conhecimentos técnicos para sequer poder dar palpites, mas perante a desorientação geral dos responsáveis dos diversos países (curiosamente achei que o nosso ministro das finanças, Teixeira dos Santos teve declarações correctas e deu confiança) qualquer cidadão pode expressar o que acha da situação pois as consequências do que se está a passar a nível financeiro mundial, terão impacto por muitos anos na economia das famílias e principalmente nas de orçamentos mais débeis.
É evidente e friso para que não fiquem nenhumas dúvidas, sou a favor da intervenção privada nos serviços, quer de saúde quer outros, mas penso que o Estado deve ter uma parte complementada pela iniciativa privada em todos os sectores chave da economia e dos serviços essenciais. Penso que os dois sectores privado e publico se complementam e a regulação dos sectores é mais eficiente.

04/10/2008

Penicheiros lá por fora - Poema dedicado a Armando Manjolinha

Este poema foi aqui colocado como comentário num post dedicado à equipa de Juvenis de 1964, mas eu gostei tanto que o vou colocar como post, espero que a autora me perdoe. 
 Quero deixar para vós esta pequena homenagem.
 A quem sente Peniche como o seu berço, e jamais esquecerá as suas raízes. 
 Saudade
 Desde que me lembro ser gente 
Algo de estranho se passa
 Nasci tão longe daqui 
Que a minha alma trespassa
 Tenho saudades do mar
 Da terra onde nasci
 De respirar aquele ar
 Pelo qual tanto sofri
 Aqueles lindos rochedos 
Plantados há beira-mar
 Nascidos e feitos pelos dedos 
De um Deus que sabe criar 
 Quando ao cabo eu vou
 Olho as Berlengas a sorrir 
O vento sinto no rosto 
Mas a alma está a sofrer 
 Quando eu me for deste mundo 
A Peniche eu hei-de ir ter 
A minha alma há-de sorrir 
E os males do mundo não ver 
 A pensar no meu pai Armando Manjolinha

Paula Manjolinha 
Figueira da Foz

02/10/2008

Os meus Postais Ilustrados

Nau dos Corvos - Cabo carvoeiro

Cegueira

Acabei de ler "Ensaio sobre a cegueira" de José Saramago, é um livro onde é retratada a natureza humana a um nível tão baixo, que foi tão doloroso lê-lo como ao escritor deve ter sido escrevê-lo.
Já li parte da obra deste escritor e se puder vou continuar a ler todos os seus livros, penso que para nos identificarmos completamente com um escritor temos de ler tudo o que escreveu.
José Saramago é para mim o maior escritor português vivo.