25/10/2009

Tomada de posse dos Órgãos Autárquicos

Assisti ontem à tomada de posse dos órgãos autárquicos da Câmara Municipal e Assembleia Municipal, que emergiram das ultimas eleições de 11 de Outubro.
Cerimonia simples, mas formal, sala apinhada, o discurso do Presidente da Câmara, António José Correia, virado para o futuro, para as obras emblemáticas que se avizinham, nomeadamente o fosso das muralhas, um discurso com um sonho, como Martim Luther King, nas palavras de António José Correia.
Seguiu-se um pequeno discurso por parte do Presidente da Assembleia Municipal, Rogério Cação, gostei particularmente do poema de Luiz Goes e que este tão bem cantou, "Cantiga para quem sonha", concordei com tudo o que ali foi dito, excepto uma pequena coisa, Rogério Cação diz não acreditar muito em independentes, ou isentos, pois caro amigo, acredita que é possível existirem pessoas independentes e isentas, fieis à democracia e aos direitos humanos, que respeitam as ideias dos outros, sim é possível, existir gente assim, mas tem custos tão dolorosos, sobre eles e por vezes sobre os seus filhos, numa ilha como Peniche então, ainda mais se nota a dificuldade, é como se estivessem num limbo.
Andarão sim de cabeça levantada, mas não fazendo parte de nenhuma das quatro grandes forças que dominam Peniche, há portas que se fecham sem nunca chegar a perceber porquê, coitados, outras nunca chegarão a abrir.

10 comentários:

Zé Pedrosa disse...

Pois é Xico,
"Algumas pessoas fazem acontecer, outras olham as coisas a acontecer e outras perguntam o que aconteceu."

Viva a independência - corajosamente actuante !
Continua.

FGV disse...

Zé Pedrosa

Não se escreveu aqui "coragem" nem comparou a "independência" a uma qualquer causa "actuante".
Limitei-me a interpretar o que ouvi, dar a minha opinião, participar, para isso não é preciso ter coragem.
O ar jocoso e irónico com que terminaste o teu comentário, não me farão passar a ter menos consideração ou respeito por ti.

Um abraço

Zé Pedrosa disse...

Xico,

Lamento profundamente a interpretação que destes ao meu escrito.
Para que fique claríssimo, pergunto:
- a tua fidelidade à democracia, aos direitos humanos e ao respeito de ideias alguma vez te impediu de manifestares a tua opinião?
- o que achas que é este teu blogue senão um repositório dessa tua postura?
E. finalmente, quem dá o mote da coragem és tu: "mas tem custos tão dolorosos, sobre eles e por vezes sobre os seus filhos, numa ilha como Peniche então, ainda mais se nota a dificuldade,"
E,Xico, se ainda te considerares ofendido, é defeito meu porque não era (nem nunca será) essa a intenção.
Então, desculpa. Definitivamente.

Raul Correia disse...

Eu tambem tinha um sonho!!!
Eu tambem discursei nas reuniões de cãmara!!
Eu tambem discursei nas assembleias municipais!!
Eu tambem tenho o sonho de um dia ver acabar certas e determiadas coisas na Cãmara!!
Eu tambem sonho todos os dias que se faça um inquérito a quem pediu a suspensão de um serviço por acusações graves que eu fiz!!

Mas tambem sei que em Peniche não há nenhum "Martin Luther King".

Ao fim de 45 anos de vida, aprendi mais num ano sobre os políticos, do que em toda a minha vida.
Hoje sei quem são os politicos da minha terra , que além de políticos são seres humanos, mas isso guardo-o para mim.

Só quando nós precisamos deles é que vemos onde eles estão.
Há muitos e são mesmo muitos que só dão palmadinhas nas costas, porque não conseguem nem têm coragem para dar essas palmadinhas no peito, assim teriam que olhar as pessoas nos olhos e aí já é mais dificil.

FGV disse...

Zé Pedrosa

Deixas-me numa situação dificil, desculpa-me por ter interpretado com ligeireza as tuas palavras. Atribuo isso ao facto de vivermos numa situação calma por fora mas que parece que temos sempre o dedo no gatilho, à espera do primeiro embate.
Interpretei-te mal amigo e isso deixa-me constrangido.
Definitivamente resolvido.

Um Abraço

Anónimo disse...

Raul,
Nao sei bem qual é o teu problema mas eu com 47 anos (de experiencia) sei que é melhor sermos "nos" a empurrar as portas e arrebentar com os muros que nos fazem travar a vida, com força e c oragem faz-se muitas coisas e eu penso que isso nao te falta AMIGO RAUL !!


Carlos Pacheco

Raul Correia disse...

Amigo Pacheco, basta consultares o meu Blog e saberás muita coisa.

UM ABRAÇO PARA TI E TUDO DE BOM.

Glória disse...

Ao Amigo Rogério Cação os meus parabéns. Gosto da forma como olhas o mundo e especialmente a forma como estás na vida, com sinceridade!

Ao Amigo Chico, a minha amizade sincera.

Antigamente, nos álbuns de fotografias que oferecíamos aos amigos nos aniversários, existia uma frase, se a memória não me trai: "enquanto no mundo houver amizade quero que sempre permaneçam".
E nós, acresentávamos:
"Amigos são os que estando longe estão tão perto".
Agora a frase MEO: "se eu podia viver sem os amigos? poder podia mas não era a mesma coisa".
Nas frases reconhecemos quando os amigos estão menos bem ou óptimos.

Beijos para os dois

Álvaro disse...

Obrigado Chico, mais uma vez pelo pequeno(grande) espaço que o teu weblog (diário da rede) ocupa na rede informática internacional.

Para quem está fora é extremamente gratificante poder assim ir matando as saudades de casa.

Não ouvi o discurso do Prof. Rogério e ainda não tive oportunidade de o ler!

Porventura quando deve ter falado nos "independentes" penso, que deve ter referido, às listas independentes que começam a surgir pelo país aquando das eleições autárquicas, que na sua maioria são os que se zangaram com os seus partidos de origem!

E casos desses não faltam, alguns tem sucesso, como Oeiras.

Mas no meu entender poderão ser um perigo para a democracia em que vivemos, porque muitos desses independentes estão ligados a interesses alguns bem poderosos que colocam primeiro os seus interesses à frente dos que os elegem, como não pertencem a nenhum partido político passados 4 anos poderão não se recandidatar mas poderão deixar cada concelho com problemas graves!

No entanto como diz o ditado "com papas e bolos se enganam os tolos" e alguns são perpetuados no poder local, mesmo quando o partido decide que não são os cabeças de lista para as Juntas de Freguesia, Assembleias Municipais e Câmaras.

Alguns exemplos do que falei todos nós conhecemos tem uma origem, mas deixo o exemplo de alguns deste género, o caso do Sr. Isaltino Morais, o caso do Sr Avelino Ferreira Torres, Fátima Felgueiras, O Sr. Proença (em Leiria) e tantos outros que preferem manter (ou tentar) o que o povo chama de "tacho" de qualquer maneira e a qualquer preço!

Penso que o alerta que o Prof. Rogério referiu na sua intervenção deverá ir neste sentido, mas como ainda não sou jurista ou advogado, deixo que o Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Peniche possa esclarecer esta grande dúvida!

Aproveito desde já para dar os meus parabéns aos legítimos representantes dos cidadãos do concelho de Peniche, desde a Assembleia de Freguesia até a Câmara Municipal!

Em especial para os da minha junta e Assembleia de Freguesia da Ajuda(desculpem ser bairrista sou com orgulho de Peniche de Cima), que trabalhem como os anteriores se for assim já serão reconhecidos!

E tenho um palpite de que o Site da JF da Ajuda deve estar para sair, será que será prenda de Natal aos fregueses da Ajuda?

Henrique e restante equipa não te esqueças das promessas, que nós estamos cá para te ajudar e aconselhar a fazer uma freguesia melhor!

Daqui a 4 anos os julgaremos outra vez nas urnas!

Um Abraço a todos

Rogério Cação disse...

Caro amigo Chico:

Antes de mais, os meus parabéns por este espaço. Faz-nos falta muita gente que queira dar a sua opinião, e que a dê sem papas na língua. Quanto ao que eu terei dito sobre "isenção" e "independência", talvez eu não tenha utilizado as melhores palavras. Eu próprio considero-me um independente, na medida em que não estou vinculado a nenhuma ideologia partidária e, acredita Chico, ponho sempre aquilo que considero ser os interesses da minha terra e da minha gente à frente de tudo o resto. Quanto ao resto, sou dependente sim, mas das minhas crenças e convicções, onde se inclui um projecto para Peniche que tento ajudar a construir. O meu alerta tem a ver com outras coisas, que tu bem sabes quais são, que se escondem por detrás de certos rótulos de independência. Poderemos falar disso quando nos encontrarmos por aí ... A minha referência à isenção tinha um sentido completamente diferente. Nos cargos que ocupei e ocupo, sempre fiz questão de ser o mais isento possível. Nas amizades a mesma coisa. Mas nós não podemos escamotear a nossa dimensão humana, naquilo que ela tem de parcialidade e falibilidade. Cada indivíduo tem a sua ideologia, a sua religião, o seu modo de estar na vida, a sua solidariedade. Ser isento, ou tentar sê-lo, é reconhecer isso nos outros,dar-lhes as oportunidades que queremos para nós, tendo em conta que também eles têm convicções, sonhos, ideias, modos de ver a vida ... É por isso que penso que a isenção, no estado puro, não pode existir, mas é um exercício que, em democracia, faz todo o sentido defender. E há certas "isenções" que de isentas nada têm, como também já deves ter reparado ...
Pois é, amigo Chico. Agradeço o teu comentário porque, como tu, muita gente poderá ter interpretado mal as minhas palavras, o que me deu oportunidade de esclarecer o que disse.
Um grande abraço e continua
Do teu amigo Rogério