16/02/2010

Carnaval


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Antigamente o carnaval em Peniche era um conjunto de iniciativas populares, tudo girava à volta das “cegadas”, não havia muita despesa, era organizado por bairros ou sítios característicos.
Alem das “cegadas” que satirizavam a vida local e nacional, que eram constituídas por conjuntos de pessoas um pouco anárquicos na maneira de vestir, mas os motivos eram normalmente certeiros em relação ao que queriam atingir.
Havia também as “marchas”, um pouco mais organizadas, um conjunto maior com acompanhamento musical, lembro a “marcha do Sabino”, ensaiada pelo Tostão (um dinamizador destes eventos), cujos ensaios decorriam na “taberna do Sabino” na Rua da Alegria, lembro a “marcha do carreiro” e a sua música única.
Durante a tarde apareciam de todos os lados sem horários, “cegadas” e “marchas”, havia até alguma expectativa em relação ao que aí vinha.
Escrevo isto nesta terça-feira, porque hoje o carnaval é altamente organizado, gasta-se muito dinheiro, muitas horas de trabalho são dispendidas pelos participantes no corso, é bonito, mas que me desculpem os admiradores deste modelo, o carnaval passado era mais popular, espontâneo, trapalhão e divertido.
Penso que se perde muito da identidade cultural quando se copia os modelos exteriores mesmo sendo de sucesso, no carnaval como em outras actividades.

10 comentários:

El Comandante disse...

E havia a marcha do Sarila!!

Aceitava-se a critica construtiva com as sátiras carnavalescas.
Hoje parece que até existe essa dificuldade.
Foi posto uma sanita no parque urbano, com uma tábua em cruz e uns dizeres, mas parece que houve quem não gostasse da brincadeira, ou da crítica, pois certo é que esse WC já foi retirado, poderiam pelo menos esperar pelo amanhã.

Esta brincadeira fazia parte do Carnaval a que o Sr. se refere.

Pois há muitos anos atrás era exactamente como o Sr. escreve e muito bem.

Anónimo disse...

De acordo contigo, Chico
Abraço
Jorge Saldanha

Anónimo disse...

Já agora, recordo-me de uma, cujo papel principal foi atribuido ao Sergio, se a memória não me falha, que morava no largo ao cimo da trv. ou rua da Fé, que foi um exito naquela época, penso que no principio da guerra colonial.
Abr
Jorge saldanha

Anónimo disse...

Já agora, recordo-me de uma, cujo papel principal foi atribuido ao Sergio, se a memória não me falha, que morava no largo ao cimo da trv. ou rua da Fé, que foi um exito naquela época, penso que no principio da guerra colonial.
Abr
Jorge saldanha

Anónimo disse...

Para se brincar ao Carnaval é preciso ser-se democrata,ou seja brincar com outros e esses aceitarem a brincadeira e a seguir serem eles a brincar com os primeiros.
Ora o que aconteceu foi que um brincalhão à moda antiga resolveu satirizar o facto daquela obra!! ter esquecido um WC para PESSOAS e não se ter esqueciso da dos animais .
Daqui podemos inferir que os tais que proclamam a democracia , não fazem a mínima ideia do que nisso significa. Para eles ou estás comigo ou contra mim . BURROS . Isto não tem nada de pessoal .
Burros e incompetentes porque nem sequer foram eles os "cabeças" do parque e ainda bem , porque senão tinhamos agora ali mais um fosso.
Percebeste Tozé ??????

Penicheiro hoje e sempre .

jacinto borges disse...

Amigo Francisco estou totalmente de acordo consigo .Eu costumo ir quase todos os anos ver o carnaval a Peniche (este ano não fui estava muito frio)reconheço que já se faz um carnaval que se aproxima muito doutros lados, mas as cegadas e as marchas dos tempos antigos pelo improviso e pela graça eram mais populares e como diz e muito bem faziam parte da cultura de Peniche.Vivo hoje numa terra que vibra com o carnaval e nesse aspecto eu tenho que lhes render homenagem, pois não mudam nada, é feito há muitos anos nos mesmos moldes e tenho a impressão que se um dia vierem a mudar, o carnaval de Torres perde toda a sua identidade .
Um abraço Jacinto

Luis Santana disse...

Desculpem fugir ao tema, mas tomei conhecimento, ha pouco, que o Tio Joaquim Cabo Couto, ja nao esta entre nos. Na parte que me toca, devo dizer que o Taquim, como eu carinhosamente o chamava era uma pessoa, com quem dava gosto conversar, pois nunca houvi o Tio Joaquim criticar, quem quer que fosse, sempre meigo, sempre atencioso e sempre amigo. Paz a sua alma, Taquim. Quero aproveitar para enderecar os meus sentidos pesames a Maria Lucilia, aos seus filhos e restantes familiares. Ja nao ha muitas pessoas como voce, Tio Joaquim. Descanse em Paz.

FGV disse...

Luis
Não tendo nada a ver com o tema mas só para te responder e dizer que o Ti Joaquim Cabo Couto, um bom homem, foi a enterrar na sexta-feira.
Que descanse em paz.

Abraço

Anónimo disse...

Concordo em absoluto com o post,não existia melhor Carnaval do que esse.

Quero deixar um agradecimento a todas as pessoas que perderam noites, dias e sabe-se lá mais o quê, para poderem desfilar.Agora da parte da organização, deveria haver mais respeito por toda esta gente.Não é admissível que não haja um plano B. QUANDO PARA MANIFESTAS E OUTRAS FESTAS, TUDO SE DISPONIBILIZA.
O desfile das crianças também não seria de todo aconselhável naquelas condições, mas aí, parece que houve alguém que não estando bom o tempo, já não daria a promoção pessoal de mais uma iniciativa( mesmo que não fosse sua) para divertimento da criançada, não compareceu.
Aquilo para as crianças foi um suplício, é bom que se diga as coisas como elas são.

Com todo o investimento monetário, temporal e pessoal que existe , seria bom que para a próxima definam a coisa antes de ela acontecer. Façam um plano A, um B e um C se for preciso, mas respeitem as pessoas que fazem o Carnaval.

Anónimo disse...

O princípio do fim é sempre um momento triste que chega a provocar pena e compaixão. A sua chegada é anunciada pelas mudanças de atitude, os silêncios, as fugas (para a frente e para todos os outros lados possíveis), o nervosismo constante, a impaciência, a intolerância, a insegurança e o medo de falhar.
Tenta-se a todo o custo tapar o erro e esconder o fracasso recorrendo a todos os expedientes possíveis, mesmo que isso tenha custos para terceiros. Mas o fim é inevitável. Ainda bem que ficaram as fotos da "sanita censurada"