02/02/2010

O Expresso de Peniche


Ontem fui a Lisboa e como faço por vezes fui de expresso, quando cheguei á “estação de camionagem” tentei tirar o bilhete apresentando o cartão multibanco, não pode, não há máquina. Fiquei admirado, em 2010, numa estação, não existir um terminal de pagamento multibanco.
Por contraste, à maneira que vamos avançando para Lisboa depara-se-nos o ambiente febril das Estações de Lourinhã e de Torres Vedras, com qualidade, bem apetrechadas, o bulício das entradas e saídas, o movimento dos jovens estudantes.
Lembrar-me eu que o primeiro Expresso (autocarro) que existiu em Portugal foi o Expresso Berlenga, na década de 70, nesse tempo justificava-se, dado que Peniche tinha muito movimento, não tinha Caminho de Ferro e estava então em franco desenvolvimento, apostaram na primeira linha expresso do país, Lisboa-Peniche-Lisboa. Hoje são dezenas as linhas expresso que cruzam o país. (*)
Custa por isso verificar o quase desprezo que se dá ao sistema de transportes em Peniche, começou na construção da estação na periferia da cidade (fora das muralhas com muitos terrenos na zona central da cidade), criando dificuldades a quem tem de se deslocar a pé para os transportes públicos. Vamos a qualquer cidade como Torres Vedras ou Portimão e os transportes dentro da cidade são assegurados por Mini Autocarros com qualidade, um serviço de excelência.
Claro que isto não tem necessariamente a ver com esta equipa autárquica mas sim com o planeamento estratégico que se fez ou não para a cidade. A cidade não tem empregos, definha, fecha o comércio, não são criadas industrias novas nem são cativadas a instalar-se, o problema da estação de camionagem não é mais nem menos que o problema desta terra no seu todo, os nossos filhos têm de ir trabalhar para outras terras, cá não conseguem nada, já eu tinha saído aos 17 anos para a Lisnave quando acabei o Curso Industrial.
O nosso fado é este.
(*) Estes dados penso que estão correctos, pelo menos é o que eu tenho na ideia, no entanto se houver razão a modificação por inexactidão agradeço que informem para ser corrigido.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tens alguma razão. Mas eu que saí primeiro que tu de Peniche, para procurar uma vida melhor, e na volta encontrei Peniche em termos de transportes exactamente igual ao que havia há doze anos antes. Melhor dizendo, tinha uma diferença, os transportes eram os mesmos com outro nome RN e bem dentro do anos 70, um expresso que funcionava melhor que o expresso de agora, sendo que agora há mais em quantidade, mas a qualidade...... tem uma estação que está, creio a ser reabilitada agora. Portanto não estranhes não haver ainda multibanco.
Um abraço
Jorge Saldanha

Aniceto disse...

Este tema faz-me lembrar por volta dos anos 60 em que junto à casa onde nasci e a nossa família viveu durante muitos anos, tinha à minha frente onde existe a pastelaria Roma a agência do Auto Henriques dos Santos e ao meu lado atrás da Escola primária ao lado da Frigorífica de Peniche, existia a agencia Capristanos. Nesse tempo havia muito movimento era um corropio tanto de alunos como de pessoal trabalhador que morava na zona limitrofe da cidade. Grandes viagens se fizeram após o terminar a escola industrial,onde uns foram estudar e outros trabalhar, viagens essas muito longas devido ao percurso(parava em quase todas as localidades e mesmo dentro de Lisboa parava em vários sítios), não falando da falta de comodidade e tambêm dos " ares condicionados que não existiam" enfim foram uns anos inesquecíveis.
Tudo isto a propósito edo assunto em referência: numa altura destas ñão se admitem casos destes tão precários, leva-me a crer que só pensaram nas pessoas que utilizam diariamente e que apresentam o "passe". Noto tambêm um certo isolamento no local comparando com a Lourinhâ ou Torres Vedras cujo movimento dá mais vivacidade às terras.
Um abraço
Luis Aniceto