03/05/2010

A crise (III)

Um dia no ano de 2008 estala uma crise financeira mundial, causada pelos meios financeiros, especuladores, bancos, a mais grave desde os anos 30 do século XX. Por todo o mundo, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, bancos, seguradoras e outras instituições vão à falência, depois durante um ano os Estados (entre os quais Portugal) “aguentam” os bancos, injectam dinheiro no sistema financeiro em detrimento da economia, sendo em Portugal o BPN nacionalizado com custos ainda não totalmente apurados mas que irão ultrapassar os 1.8 Biliões, segundo projecções dos especialistas. Os Estados entram em dificuldade, com défice excessivo e crise de liquidez, sendo obrigados a contrair empréstimos a juros brutais junto dos bancos estrangeiros e nacionais, as agências de rating (todas americanas), que outrora não evitaram através das suas fabulosas análises o colapso e a falência dos bancos americanos, ingleses, etc e companhias seguradoras ou até de países como a Islândia, avaliam o risco do crédito dos países mais frágeis e periféricos da Europa cada vez pior, a começar na Grécia, passando por Portugal e apontando já a Espanha.

É neste cenário, que vemos que, para além do ataque ao Euro como moeda concorrente do Dólar, numa jogada de grandes dimensões e que parte do mesmo sítio (local, país, zona de influência), aqui pela nossa velha Europa verificamos que no período de crise aguda os bancos, todos eles, levaram crédito dos Estados a baixo juro para se poderem “safar”, agora que está tudo a andar, os juros pedidos aos mesmos pelos países que se endividaram para os aliviar, são altíssimos.

Concluímos portanto que nesta coisa de crises, apenas uma classe não pode ser prejudicada, a alta finança, de resto podemos sempre cortar nos subsídios e nas prestações sociais e nos ordenados, aumentar impostos, cortar nos investimentos para conseguir equilibrar as contas.

E curiosamente segundo aquilo que ouvimos e vemos parece que todos têm razão, mas não têm.

P.S. - Depois de concluído este texto acaba de ser aprovado pela União Europeia, leia-se Alemanha e França, o apoio à Grécia de 110.000 Milhões de Euros, cabendo a Portugal emprestar a este país 2 Biliões de Euros, ou seja pedimos emprestado para emprestar à Grécia (?) e depois quando formos nós, a Grécia pede outra vez emprestado para nos emprestar a nós? Desculpem lá mas isto é demasiado complexo para mim.

2 comentários:

jacinto borges disse...

Quando o mar bate na rocha quem se trama é sempre o mexilhão,tanta pressa na ajuda aos bancos para eles não caírem e nenhuma pressa na ajuda aos pequenos países começando pela Grécia, e tal como o Francisco diz se nós já estamos praticamente falidos como é que nos vamos empenhar mais para emprestar dinheiro à Grécia? Olhe eu acho que isto é tudo jogo de interesses dos grandes países e é muito complexo também para mim.
Abraço Jacinto

Luis Pedreira disse...

Quanto a este a assunto isto nâo é mais que uma consequencia do nosso modo de vida e da nossa postura como contribuintes.
Ainda no outro dia ouvi uma frase que resume muito bem a situaçâo da Grécia e como todos sabemos a de Portugal que diz o seguinte: Isto sâo paises pobres com gente muito rica, e isto justificasse quando vimos o nivel de corrupçâo e o estado da economia paralela que se praticam nestes paises, ora bem enquanto nâo nos convencer-mos que o governo somos todos nos e que o governo vive com aquilo que lhe damos e que quando nâo lhe damos ele pede emprestado ao nome de todos nos, o resultado é aquilo que vivemos hoje.

Um bem haja a todos e boa reflexâo.

Luis Pedreira, CSCP