27/05/2011

Uma campanha triste

Está a decorrer a campanha eleitoral para as legislativas antecipadas, os temas de campanha têm sido de uma tristeza… enfim umas “miudezas” como diria alguém, acresce à fraca qualidade do debate (?) o ir “desenterrar” temas que já deveriam ter sido assimilados pela sociedade portuguesa há tempo suficiente, enfim, malhar nas “Novas Oportunidades” uma das medidas que permitiu a algumas pessoas voltar ao ensino ou ir rebuscar o tema da Interrupção Voluntária da Gravidez, ou estarem basicamente a acusar-se mutuamente disto e daquilo, não me parece sério. Quando os verdadeiros problemas do país são muito diferentes, por exemplo devia ser aprofundado a questão do abaixamento da Taxa Social Única, bem como as implicações que a mesma terá na Segurança Social ou as alternativas em aumento de impostos que isso acarreta, mas aí parece que há um assobiar para o lado e o debate nunca é esclarecedor, devia estar a ser debatido o problema da Grécia, que não está em condições de suportar os compromissos, estando a ser-lhe negado a próxima tranche o que poderá ocasionar uma situação gravíssima como os próprios governantes gregos afirmam, isto sim era o tema a debater em Portugal neste momento, o que se está a passar na Grécia vai-nos afectar directamente, não tenhamos dúvidas.

Mesmo aqueles que cinicamente dizem que se nos “portarmos” bem conseguiremos pagar a divida, estão a enganar, porque sabem perfeitamente que não é possível pagar nestas condições.

Discordo daqueles que neste momento falam em renegociar a divida, dado que neste momento precisamos de dinheiro para manter o pais a funcionar, mas tem de se fazer alguma coisa mais tarde em relação à divida.

Pode parecer contraditório mas não é, se um gerente de uma oficina compra uma máquina através de credito bancário vai ter de a pagar, mas se entretanto as encomendas baixam e as despesas da oficina superam as receitas ele não poderá manter os compromissos que assumiu com a banca, assim está o país, se nos estrangulam o crescimento para negativo em 2 % até 2013 como conseguiremos pagar sem uma renegociação/reescalonamento da divida?

A Grécia está talvez a ser empurrada para fora do euro, mas atenção, se isso acontecer e esperemos que não, o próximo a sair não é preciso dizer qual é.

Eram estes os temas que gostaria de ver discutir nesta campanha, porque de resto o programa do governo já existe, está no Ministério das Finanças, agora é só ver quem vai aplicá-lo, o resto são cantigas.

2 comentários:

Albino disse...

Sempre agradavel ler o teu ponto de vista Chico..interessante e esclarecedor..gostei
Abraco

Álvaro Marques disse...

Realmente é uma tristeza e uma seca estas campanhas eleitorais, onde todas se ofendem e nada dizem ao "ZÉ".Já não há pachorra para tanta aldrabice política e assim não vamos lá e creio que tal como diz o "Medina" não iremos ter hipótese com toda esta canalh...
Enfim cada povo tem aquilo que merece ou escolhe.
Costuma dizer-se que casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão, mas não é o caso...
Infelizmente há muita "xul...".
Bastava aplicar o sistema de reformas da Suíça e tudo seria diferente, mas claro não convém.
Um abraço