18/12/2011

A Bélgica, o novo governo e o «rating», ou onde nós estamos metidos.

A Bélgica não tinha governo desde 15-6-2010, há um ano e meio, a crise da divida andava sossegada, as agências de notação financeira, os famosos “mercados”, nem sequer reparavam naquele país, lá ia fazendo a sua vidinha, sem ninguém os chatear, sem governo, sem planos de resgate ou austeridade, até que…
No passado dia 2 de Dezembro foi designado um novo Primeiro Ministro para o governo na Bélgica, uff… finalmente temos governo, pensaram os naturais daquele país, depois das formalidades habituais e do difícil caderno de encargos das negociações para a formação do governo eis que ontem, os tais “mercados”, no caso a agência Moody’s, baixou a nota daquele país em dois níveis.
Pergunta-se, não poderiam ficar sem governo mais um ano ou dois?

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Francisco,
gosto muito de acompanhar o seu blog. Reparei neste post e de facto, tenho de discordar. A Bélgica, mais pequena que Portugal, tem uma dívida maior que a nossa mas tem conseguido , ao longo dos anos, controlar. Não é verdade que foi com a entrada de um Governo, após mais de 500 dias sem ele, que os juros aumentaram. A verdade é que os mercados neo liberais procuram recuperar da crise da bolha imobiliária de 2008 e atacam as pessoas e países sem olhar a governos. Também, é importante de referir que a política e os políticos são necessários e que não podemos cair na tentação de fazer o discurso da "moda" contra os políticos. Os Partidos, aliás, são a base de qualquer democracia. E o que os mercados querem é comandar os estados, sem políticos, tal como aconteceu na Itália( onde os juros desceram para metade após a entrada de um governo tecnocrata e sem eleições).

Melhores cumprimentos,

António Ritto

FGV disse...

Estou em completo acordo consigo, apesar do meu texto, principalmente na sua parte final ter sido escrito com alguma ligeireza, quase a roçar o "humor", estou como você, a falta de Política (e de POLÍTICOS) na Europa e a sua substituição por Tecnocratas e pela influência da Finança (Mercados) têm colocado grandes problemas, aliás atrevo-me a dizer que a democracia como ela deve ser exercida está temporariamente (?) suspensa em alguns países em dificuldades.
Que o novo ano traga alguma luz para ajudar a solucionar estes problemas.