15/09/2015

O naufrágio da traineira "Graça de Deus"

Foi há 60 (sessenta) anos em 13/9/1955, que naufragou na barra de Aveiro a traineira de Peniche “Graça de Deus”, governada pelo mestre António Paulo o “Sardinha Arinca”, nesse naufrágio ocorrido à saída da barra quando a embarcação se preparava para regressar a Peniche depois da venda e apesar dos avisos de mau tempo, o barco saiu e a tragédia deu-se, morreram 16 pescadores eram 7h45 da manhã.
A embarcação tinha vendido 40 cabazes e reparado as redes no dia anterior e regressava ao seu porto, no naufrágio pereceram 16 pescadores, toda a tripulação, excepto 3 que haviam ficado em Peniche e assim salvaram a vida. Naquela manhã fatídica também saiu a traineira "Beira Nova" também de Peniche mas deu meia volta quando viu a força do mar, já a "Graças de Deus" não conseguiu evitar um vagalhão que a inundou , a "Beira Nova" então lançou aflitos SOS para os barcos presentes e que tinham desistido da saída, "Venturosa", "Duas Filhas" e "Estrela do Mar" e para terra, mas a tragédia consumou-se, nada se podia fazer.

Eis a lista dos valorosos pescadores que perderam a vida:

António Paulo Júnior, 51 anos, Mestre; João de Jesus, 25 anos, Contramestre; Belarmino matos Figueiredo, 24 anos, Motorista; Jacinto dos Santos Nunes, 39 anos; António Encarnação Mamede, 19 anos; João Matoso Xavier, todos de Peniche; Paulo Quintino e Gelásio Dias de Setúbal; Manuel Nunes, Francisco Correia e João dos Ramos Deus, todos da Quarteira; José Simão Sintra e António Fernandes ambos de Vila de Bispo; António Pata de Buarcos; José António Santos de Lisboa e João da Luz Lopes de Lagos.

Não possuindo em arquivo fotografia da traineira "Graça de Deus" apenas refiro que foi construida em Vila do Conde em 1947 e que tinha cerca de 15 metros de fora a fora.

Estas informações apesar de algumas correcções foram disponibilizadas a partir daqui:

1 comentário:

jacinto borges disse...

Rcordo-me bem pois já tinha 11 anos, um dos tripulantes Jacinto dos Santos Nunes era o meu padrinho, foram dias de luto e tristeza em Peniche, pois não se falava noutra coisa, um dos muitos naufrágios em que morrerram vários pescadores desta terra, nesses tempos em que em Peniche a maior parte da população vivia do mar e em que as condições de trabalho eram muito difíceis. hoje nada mais podemos fazer do que prestar a nossa homenagem aos homens do mar que deram as suas vidas procurando no mar o sustento dos seus familiares. Paz às suas almas.