15/04/2020

Dra Graça Freitas, Directora Geral da DGS


Neste tempo conturbado de pandemia mundial, com este novo coronavírus a matar, indiscriminadamente, é uma segurança e uma sorte termos, nós Portugueses, à frente da Direcção Geral de Saúde uma Mulher como esta, cientista dedicada, grande impulsionadora e Coordenadora do Serviço Nacional de Vacinação, Chefe de Serviço de Saúde Pública, Integra os  Comités da OMS de doenças transmissíveis e saúde Pública assim como a Rede de Vigilância das Doenças Transmissíveis da U E,  Professora Universitária da Faculdade de Medicina, admirada pelos seus alunos e subordinados da DGS, desde 2005 Sub-Directora-Geral da Saúde e braço direito e esquerdo do então Director Geral, Francisco George, a quem sucedeu quando este atingiu o limite de idade, ouvida internacionalmente pelos seus pares em questões de saúde pública, quando se declara a pandemia entra em baixa a sua Sub-Directora que viria a falecer a semana passada com 47 anos, a Dra. Catarina Sena, uma baixa terrível não só emocional como profissional, não sei o que dizer mais desta Mulher que admiro, que tem sobre os ombros uma pesada responsabilidade e que se tem visto nas conferências de imprensa diárias a que é sujeita desde que o país se dedicou por inteiro a conter a pandemia do COVID-19.
Escrevo estas linhas porque me canso de ver alguns jornalistas sem o mínimo de decoro fazerem perguntas de rasteira, sistemáticas com os mesmo temas, e aquela Senhora com um ar cansado ter uma paciência fantástica, respondendo educadamente aquela gente, o porquê de os números (os famosos números sempre das mesmas camaras) não corresponderem, ontem até ouvi alguém que se identificou da RTP que os números eram diferentes do que os médicos lhes forneciam (?), novamente a explicação educada o óbito é dado pelo médico que rapidamente tem de fornecer à cadeia da DGS esse facto, se não é assim os números poderão apresentar discrepâncias dum dia para o outro, depois os Lares, e ela explica o covid não nasce nos Lares, a ordem era bem explicita, impedir as visitas aos Lares, porque toda a gente sabe que estão lotados e as distancias entre pessoas não é respeitada, ainda recentemente num Lar os idosos beijam um crucifixo que passa de boca em boca, depois as máscaras, etc, etc. Custa ver uma pessoa desta envergadura científica e com 40 anos de serviço publico, ser por vezes “achincalhada” nas redes sociais, é caso para dizer “Perdoai-lhes Senhor, porque não sabem o que dizem”. Disse algumas coisas que tiveram de ser corrigidas? A Chanceler Merkl também disse que a Alemanha poderia atingir os 70% de infectados, ninguém disse nada, pois sabem que ela antes de ser Chanceler da Alemanha era cientista, disse que poderíamos atingir um milhão de infectados (10%), poderá ser um exagero e esperemos que nunca se concretize, mas muitos serão infectados e serão assintomáticos.
Imagine Doutora que a imprensa estrangeira não elogiasse o trabalho português neste campo, que o número de mortos por milhão não fosse este, imagine então o que não diriam mais.
Quero aqui prestar-lhe o meu apoio, revejo-me no seu rosto cansado da responsabilidade apesar de ainda ser uma pessoa relativamente jovem. Continue a fazer o que sabe melhor fazer, trabalhar em prol da saúde do povo Português.
Obrigado
FGV
15/04/2020


(Imagem da wikipedia/internet)

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