Neste tempo conturbado de
pandemia mundial, com este novo coronavírus a matar, indiscriminadamente, é uma
segurança e uma sorte termos, nós Portugueses, à frente da Direcção Geral de
Saúde uma Mulher como esta, cientista dedicada, grande impulsionadora e
Coordenadora do Serviço Nacional de Vacinação, Chefe de Serviço de Saúde
Pública, Integra os Comités da OMS de
doenças transmissíveis e saúde Pública assim como a Rede de Vigilância das
Doenças Transmissíveis da U E, Professora
Universitária da Faculdade de Medicina, admirada pelos seus alunos e
subordinados da DGS, desde 2005 Sub-Directora-Geral da Saúde e braço direito e
esquerdo do então Director Geral, Francisco George, a quem sucedeu quando este
atingiu o limite de idade, ouvida internacionalmente pelos seus pares em
questões de saúde pública, quando se declara a pandemia entra em baixa a sua
Sub-Directora que viria a falecer a semana passada com 47 anos, a Dra. Catarina
Sena, uma baixa terrível não só emocional como profissional, não sei o que
dizer mais desta Mulher que admiro, que tem sobre os ombros uma pesada
responsabilidade e que se tem visto nas conferências de imprensa diárias a que
é sujeita desde que o país se dedicou por inteiro a conter a pandemia do
COVID-19.
Escrevo estas linhas porque me
canso de ver alguns jornalistas sem o mínimo de decoro fazerem perguntas de
rasteira, sistemáticas com os mesmo temas, e aquela Senhora com um ar cansado
ter uma paciência fantástica, respondendo educadamente aquela gente, o porquê
de os números (os famosos números sempre das mesmas camaras) não
corresponderem, ontem até ouvi alguém que se identificou da RTP que os números
eram diferentes do que os médicos lhes forneciam (?), novamente a explicação
educada o óbito é dado pelo médico que rapidamente tem de fornecer à cadeia da
DGS esse facto, se não é assim os números poderão apresentar discrepâncias dum
dia para o outro, depois os Lares, e ela explica o covid não nasce nos Lares, a
ordem era bem explicita, impedir as visitas aos Lares, porque toda a gente sabe
que estão lotados e as distancias entre pessoas não é respeitada, ainda
recentemente num Lar os idosos beijam um crucifixo que passa de boca em boca,
depois as máscaras, etc, etc. Custa ver uma pessoa desta envergadura científica
e com 40 anos de serviço publico, ser por vezes “achincalhada” nas redes
sociais, é caso para dizer “Perdoai-lhes Senhor, porque não sabem o que dizem”.
Disse algumas coisas que tiveram de ser corrigidas? A Chanceler Merkl também
disse que a Alemanha poderia atingir os 70% de infectados, ninguém disse nada,
pois sabem que ela antes de ser Chanceler da Alemanha era cientista, disse que
poderíamos atingir um milhão de infectados (10%), poderá ser um exagero e
esperemos que nunca se concretize, mas muitos serão infectados e serão
assintomáticos.
Imagine Doutora que a imprensa
estrangeira não elogiasse o trabalho português neste campo, que o número de
mortos por milhão não fosse este, imagine então o que não diriam mais.
Quero aqui prestar-lhe o meu
apoio, revejo-me no seu rosto cansado da responsabilidade apesar de ainda ser
uma pessoa relativamente jovem. Continue a fazer o que sabe melhor fazer,
trabalhar em prol da saúde do povo Português.
Obrigado
FGV
15/04/2020
(Imagem da wikipedia/internet)
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