A terra ou o mundo, conforme se
chamava então teria sido criado por Deus numa semana com todos os animais, rios,
mares, montanhas e vales, durante 7 dias há cerca de 4 mil para uns ou para outros
livros 10 mil anos antes de Cristo, assim esta verdade percorreu o tempo
até começar a ser questionada pela comunidade científica, logo o primeiro que
pôs em causa a teoria de Aristóteles de que a terra era plana e o centro do
universo, foi Galileu Galilei, estávamos em cerca de 1590, e depois de ameaças
de morte pela Igreja, por colocar em causa a teoria vigente e demonstrando que também
Júpiter tinha quatro satélites a girar á sua volta, assim como a terra girava
em volta do Sol, foi obrigado a abdicar de ser Professor e recolheu-se na sua
casa, onde continuou os estudos dos astros, e da evolução da ciência, a Igreja
só reconheceu o erro cometido com este extraordinário cientista, em 1992
através de João Paulo II, há muito que tinha caído aquela verdade.
Não me debruçarei muito sobre a
Inquisição cuja vigência, entre os séculos, XVI a XIX, a Igreja mandou julgar, torturar e nalguns
casos, muitos, queimar em Praça Pública muitos Judeus, Cristãos-Novos ou outros
casos considerados de Heresia, em nome da verdade, até que o Papa João
Paulo II pediu perdão por estes crimes em nome da Igreja.
Depois aparece um escocês, James
Hutton em 1747 que põe em causa a idade da Terra e através deste e de muitos
outros cientistas chegam à conclusão que a Terra tem cerca de 4.5 Mil Milhões
de anos e que a origem das espécies e sua evolução, teoria demonstrada por
Charles Darwin, contraria toda a verdade existente sobre a espécie
humana e animal, de tal modo que o Homo Sapiens,
o mais parecido connosco remonta a cerca de 200 mil a 300 mil anos, portanto
mais uma verdade caída. Sem querer pôr em causa, porque a demonstração
até hoje não é definitiva que não haja uma força (Deus?) superior, que nos
visiona a todos, tudo permanece ainda um mistério.
Este não é um problema da
religião é um problema transversal à sociedade, quantos Partidos ou
Organizações ainda consideram que a vida actual tem alguma coisa a ver com a
vida há cem anos atrás, essas verdades de há cem anos caíram como
outras.
Parece que a única coisa que se
mantém como verdade é a guerra, a forma de a fazer, de a declarar ou
não, o ódio, sobre outras etnias e não só, esse ódio ainda é verdade e
vai continuar a manter-se, também continua a ser verdade a ganância
declarada sobre várias formas, desde as formas de exploração dos bens da terra
ou do seu semelhante, assim como a tentativa hoje a levantar-se perigosamente
de segregar outras seres humanos, sejam migrantes, refugiados, ou de outra cor,
lembro-me neste momento que fez ontem 75 anos que foi assinado o Armistício do
final da II Guerra Mundial, no dia 8 de setembro, mas os ventos que correm
podem facilmente levantar outros monstros, nada está adquirido.
As organizações, todas elas falam para si próprias, é por
isso que as verdades duram tanto até serem desmistificadas, dos Partidos
á Religião católica ou muçulmana, para falar das mais conhecidas, têm um
discurso que é uma verdade absoluta até deixar de o ser. Por isso
escolhi a imagem do Papa Francisco, como se fosse uma metáfora, um Homem Só, caminha
na imensidão da Praça, na sua própria Igreja, toda a sua palavra que é de uma importância
vital, não encontra eco na comunicação social, porque este Papa de que eu tenho
um especial apreço, está a pregar para o Mundo e não só para a Igreja, e há
muita gente que não faz eco da sua voz. Esta é uma verdade.
FGV
09/05/2020
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