11/06/2020

Requalificação do Depósito Funerário do Naufrágio do #SanPedrodeAlcantara, ocorrido #Peniche #TupacAmaru

No âmbito do projecto de investigação do naufrágio do navio Espanhol, San Pedro de Alcantara, o mais célebre naufrágio da costa de Peniche, no sítio da Papôa em 02/02/1786, desenvolvido por uma equipa de Arqueologia liderada por Jean-Yves Blot e Maria Luisa Blot, na qual foi possível identificar o local de 80 dos enterramentos e escavar perto de 30, depois de Projecto aprovado foi em boa hora levado a termo a Homenagem que era necessário fazer e preservar o local de Depósito Funerário, no Porto de Areia Norte. Desse Projecto já concluído, aqui dou conta de algumas imagens.















O naufrágio mais célebre da extensa história trágico-marítima da costa de Peniche ocorreu a 2 de Fevereiro de 1786 quando o navio espanhol San Pedro de Alcantara naufragou junto aos rochedos da península da Papoa.

Neste navio, proveniente do Peru e que tinha como destino Cádis, viajavam cerca de quatrocentas pessoas, entre espanhóis, crioulos, índios e prisioneiros incas, envolvidos na revolta, alguns anos antes, encabeçada por célebre chefe índio Tupac Amaru.

O San Pedro de Alcantara transportava uma carga excepcional de mais de 150 toneladas de moedas de ouro e prata, e 600 toneladas de cobre, à qual se deve juntar o peso dos seus 64 canhões, de um lastro de quase 140 toneladas de pedra, de 100 toneladas de quinquina (planta sul americana), de seis toneladas e meia de cacau, e por fim da água e da alimentação necessária para o quotidiano a bordo.

Vergado pelo excessivo peso da sua carga, viria a naufragar na costa de Peniche desencadeando durante os três anos seguintes uma gigantesca operação de salvamento que, permitindo a recuperação de cerca de 90% da carga transportada, abalou a pacatez do quotidiano penichense.

Na sequência do naufrágio do navio espanhol San Pedro de Alcantara no qual viajavam cerca de quatrocentas pessoas, terão perecido neste fatídico acontecimento 128 passageiros, cujos corpos muitas vezes desfeitos pelas rochas e pela força do mar foram apressadamente enterrados, por populares e pelos frades franciscanos do Convento do Bom Jesus (situado nas proximidades) num improvisado depósito funerário localizado no sítio do Porto da Areia Norte.


Sem comentários: