05/11/2021

A queda do governo e as eleições antecipadas

 Era para não escrever nada sobre isto mas lá vai. Então seguindo a linha de tempo, temos que o Orçamento de Estado para 2022, OE22, estava a ser negociado pelos partidos que sustentavam a maioria na Assembleia e o PS o Partido do Governo, as esquerdas chamemos-lhe assim foram esticando a corda na esperança que o governo cedesse nalguns pontos a que eu sinceramente não vou atribuir importância principalmente agora, a questão do ordenado mínimo que o governo apresentava parecia-me razoável, dada a situação, Pandemia não resolvida, recuperação de perdas do tempo da Troika ainda em recuperação mas com passos seguros, as reuniões sucessivas levavam a crer que estava tudo bloqueado e surge um facto novo e inusitado porque desajustado, o PR diz: no primeiro minuto a seguir ao chumbo do OE22 começo a trabalhar para dissolver a Assembleia e convocar eleições, isto caiu como uma bomba no meio do povo mais à esquerda, encheu de alegria praticamente TODOS os comentadores de TODAS as TVs mas curiosamente os partidos mais à esquerda ou não ouviram ou pensaram que aquilo era a brincar, não, não era. Os partidos que após aquele aviso do PR chumbaram o OE22, contribuíram para uma crise cujos contornos ainda são indefinidos.

Vejamos, o orçamento contemplava algumas questões importantes para os mais carenciados, mas não vale a pena escrever mais sobre isso.

Quanto a mim estiveram mal os dois Partidos de esquerda que bastava a abstenção para o mesmo passar, o PS penso que não poderia esticar mais pois os compromissos internacionais assim obrigam, apesar de alguns esquecerem, principalmente alguns que são Professores de Economia, esteve mal o PR (já nem vou escrever sobre ter recebido Rangel nesta altura o que dá fortes razões de descontentamento a  Rio), esteve mal porque não podia introduzir o ruído e a ameaça do que veio a acontecer antes do desfecho final, além disso o governo poderia continuar em funções e apresentar um novo orçamento, escusam agora porem, de vir acusar o António Costa de ter feito isto porque queria eleições e continuarem já com o papão da maioria absoluta, foi essa estratégia que entregou a câmara de Lisboa a Moedas.

Por último que já vai longo esperemos que na noite eleitoral alguns não caiam verdadeiramente em si e vejam finalmente o que fizeram.

Quero ressalvar aqui que TODOS os partidos agiram legalmente e não eram obrigados a tomar outra atitude, diferente da que tomaram.

05/11/2021

FGV

1 comentário:

Joaquim José disse...

Estou plenamente de acordo, o que está feito está. Não vale a pena chorar sobre o leite derramado.