30/06/2023

À conversa com… Eduardo Ferreira, Artista Plástico

 

Hoje vamos conversar com o Eduardo Ferreira, meu amigo desde o tempo de escola, da nossa EICP, têm-me interessado particularmente os seus trabalhos de pintura e desenho a carvão, etc. e é para perceber um pouco mais que lhe pedi se perdia algum tempo comigo.

               P. Começamos esta pequena conversa com uma questão que sempre me impressionou, quando andávamos na EICP, principalmente no Ciclo Preparatório, onde tínhamos aulas de desenho e pintura, tu não mostravas particular apetência para essa disciplina, ou então eu andava distraído, mas eis que passados uns anos brota em ti a arte que estaria escondida, como explicas essa alteração?

               R. No ciclo preparatório não mostrei grande interesse pelo desenho e pintura, mas a partir do terceiro ano (já na Formação) comecei a ter muito interesse no desenho técnico.

               P. Depois do Curso Industrial que tirámos, tiveste várias vertentes na tua vida profissional, queres desenvolver o tema, nomeadamente algumas situações que recordes para o bem ou para o mal.

R. Quando comecei a minha actividade profissional fui directamente para o ramo da decoração,  (lojas, perfumarias, livrarias, bares, discotecas, restaurantes etc.) e foi nessa área que montei a minha própria empresa. Foi também nessa altura que me dediquei à pintura, com vários anos a estudar rostos e aguarelas. O engraçado é que tanto nas aguarelas como nos rostos, queria saber tudo ao fim de 15 dias. Tive um professor que me deu aulas particulares de aguarelas durante 5 anos. Quando acabei o curso disse-me que, para consolidar o fundamental de aguarela (mancha) eu ira demorar mais de 20 anos e acertou.

               P. Há uns anos que te dedicaste definitivamente às Artes Plásticas, como achas que estão “o estado das mesmas”?

               R. Mudou muito. No meu tempo o top era a aguarela de mancha (pincelada única, muito difícil). Hoje a aguarela é pintada o mais real possível, depois penso que a juventude e as pessoas em geral pouco ligam aos quadros e às pinturas, tudo mudou.

               P. A nível e local e penso que não só tens feito várias exposições, tens tido facilidade de expor os teus trabalhos? Achas que há condições/incentivos para a dedicação exclusiva à pintura como arte/profissão?

               R. Fiz muitas exposições individuais e colectivas (a maior que fiz foi em Peniche, de 6 a 31 de Agosto, em 2007) no centro cultural da CMP, depois fiz várias tanto em Portugal, como no Estrangeiro. Actualmente há pouco interesse das pessoas em geral e da classe politica em particular - respondendo à tua pergunta: é uma profissão linda, mas pouco rentável e sem futuro.

                P.  A conversa chega ao fim mas, fica sempre algo por dizer, pelo que se quiseres acrescentar algo que não tenha sido referido e aches interessante para esta conversa, fica ao teu critério.

     R. A vida não é algo que já esteja escrito ou antecipadamente programado, mas sim o que nesta vamos inscrevendo, ao ritmo das circunstâncias. Uma formação académica, não nos instrui exclusivamente para uma profissão, mas, sobretudo, para nos habilitar a reflectir sobre diferentes projectos, pelo que realizar os nossos “sonhos” é o que dá sentido à nossa própria existência.

Por fim, quero agradecer o teu convite, enviando-te um muito obrigado por te lembrares da minha pessoa. Um abraço.

Alguns trabalhos em Aguarela do Eduardo Ferreira:





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