Ao
contemplar esta fotografia que nos leva para o abstracto mas tendo por base o
real e lógico, um objecto que se reflete na água e dá um aspecto, imagem
difusa, enganadora, está lá e não está, as dúvidas instalam-se é ou não é,
verdade ou mentira, real ou abstracto. Sim, é assim que por vezes olho para
trás e vejo todas as dúvidas que se instalaram em mim ao longo da vida, sempre
tive dúvidas e sempre me enganei, ao contrário de outros, agora com o avanço do
tempo (uma metáfora, porque o tempo não avança, nós é que avançamos) nunca
tantas dúvidas me assaltaram, sobre a verdade e a mentira, o que é a verdade? O
que é a mentira? Em última análise podemos considerar que a troca é verdadeira,
estas são questões que assaltam os nossos espíritos, meus, a eterna dúvida do
que está certo e errado, por exemplo se os noticiários estiverem 20 ou trinta
ou 100 dias a dizer uma “mentira” ela torna-se “verdade”, quer nós queiramos ou
não, o homem sabe fazer as coisas como lhe convém, e os cérebros normais, mas
menos preparados para a análise, consideram naturalmente aquela notícia como
verdadeira, é assim, ponto. Mas isso passa-se a todos os níveis, quando éramos
jovens todos queriam mudar o mundo, ainda hoje os jovens querem mudar o mundo e
assim deve ser, mas falo do meu tempo de jovem, coisas que considerávamos
definitivas, verdades absolutas, mais tarde verifiquei tratar-se de um logro, ou
seja, não há verdades nem mentiras definitivas e absolutas, trata-se de cada um
(voltando à fotografia) verificar ou tentar decifrar, o que é que aquilo é, o
que representa.
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