09/02/2024

#fotografar

 

Ao contemplar esta fotografia que nos leva para o abstracto mas tendo por base o real e lógico, um objecto que se reflete na água e dá um aspecto, imagem difusa, enganadora, está lá e não está, as dúvidas instalam-se é ou não é, verdade ou mentira, real ou abstracto. Sim, é assim que por vezes olho para trás e vejo todas as dúvidas que se instalaram em mim ao longo da vida, sempre tive dúvidas e sempre me enganei, ao contrário de outros, agora com o avanço do tempo (uma metáfora, porque o tempo não avança, nós é que avançamos) nunca tantas dúvidas me assaltaram, sobre a verdade e a mentira, o que é a verdade? O que é a mentira? Em última análise podemos considerar que a troca é verdadeira, estas são questões que assaltam os nossos espíritos, meus, a eterna dúvida do que está certo e errado, por exemplo se os noticiários estiverem 20 ou trinta ou 100 dias a dizer uma “mentira” ela torna-se “verdade”, quer nós queiramos ou não, o homem sabe fazer as coisas como lhe convém, e os cérebros normais, mas menos preparados para a análise, consideram naturalmente aquela notícia como verdadeira, é assim, ponto. Mas isso passa-se a todos os níveis, quando éramos jovens todos queriam mudar o mundo, ainda hoje os jovens querem mudar o mundo e assim deve ser, mas falo do meu tempo de jovem, coisas que considerávamos definitivas, verdades absolutas, mais tarde verifiquei tratar-se de um logro, ou seja, não há verdades nem mentiras definitivas e absolutas, trata-se de cada um (voltando à fotografia) verificar ou tentar decifrar, o que é que aquilo é, o que representa.

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