12/03/2025

Morte na solidão

 A morte recente de Gene Hackman, sua esposa e do cão, levou-me a abordar, depois de conhecer melhor a cronologia do acontecimento, numa reflexão mais profunda, da vida, do auge e da morte, somos todos feitos da mesma massa,

quando um homem atinge o seu auge da vida, carreira, chame o que se chamar, é solicitado por todos os meios,

telefonemas,

almoços,

 jantares, de gala ou sem ser,

 com papilon ou gravata,

de smoking ou fato,

 as solicitações são tantas e de todos os lados, entretanto o homem (ou mulher) entra na curva descendente da vida e cada vez será mais esquecido, até que a velhice entra em força, com as doenças normalmente a ela associadas, algumas terríveis,

então essa pessoa que precisava de um telefonema, uma visita, um carinho, é terrivelmente esquecido, ficando em casa só ou acompanhado, mas com a ausência dos que o deviam vê-lo, acarinhá-lo, até que, será descoberto passado vários dias, já falecido.

Poderão haver desculpas de uma parte, das pessoas do meio, do sucesso, o mesmo não se poderá dizer de um elemento da família, qualquer um, ninguém achou o silêncio demasiado? Curiosidade para saber o que se passava, nada.

Nestes momentos damos por nós a verificar o verdadeiro sentido de tudo isto a que chamamos vida,

Gene Hackman um dos meus actores preferidos, morreu na solidão, com a sua mulher morta por uma doença estranha e fulminante, mas sem capacidade para fazer fosse o que fosse.

 

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