Filme de Leonardo DiCaprio e Fisher Stevens para a National
Geographic. Vi o filme e claro que gostei, começa com uma mostra sequencial no
inicio do filme e no final do quadro tríptico de Hieronymus Bosch, “The garden
of Earthly Delights” o que achei extraordinariamente belo e assustador, mas
de uma imaginação extraordinária. DiCaprio leva-nos por dois anos através do
mundo em aflição, do Ártico ao Antartico, das florestras tropicais de Sumatra
arrasadas para plantar Palma, até à Amazónia que continua a ser arrasada para
plantar soja e vender as ricas madeiras, dos indígenas cada vez mais
acantonados, dos kms de gado em campos da América, cujo metano libertado é pior
que o CO2, DiCaprio faz bem em considerar que o problema somos nós todos,
inclusive ele que andou dois anos de avião alguns jactos particulares e que a
sua própria pegada no dia a dia é incomparável aos milhões de seres humanos que
vivem a sofrer as alterações climáticas. Ele foi à cimeira do clima de Paris em
que ficou assinado pela maioria dos países que o aumento médio de 1,5º era o
aprovado para um prazo de 20 anos, em 2024 o aumento médio da temperatura foi
de 1.6º.Ele falou com os grandes senhores (a Obama ao passear nos jardins da
Casa Branca até lhe chamou você o Presidente do Mundo Livre) foi recebido pelo
Papa Francisco (saudades), com Elon Musk, Bill Clinton, etc. Homens poderosos
que poderiam dar um contributo mais impulsivo para a realização da travagem do
aquecimento global, eu sei que isto é utópico, o problema é nosso, mas é também
daqueles que têm mais riqueza e poder e não abdicam do seu modo de vida dando
exemplo aos outros, o filme é muito bom, de facto, mostra os locais mais
sensíveis da terra sujeitos ao que aí vem, mas faltou a DiCaprio questionar os
poderes e encostá-los à parede, não com falinhas mansas. Vi o discurso de
DiCaprio na Assembleia da ONU, claro que teve impacto, mas para mim teve mais
impacto global o discurso de Greta Thunberg em 2019 assim como antes em
1995 Severn Cullis-Suzuki de 12 anos silenciou a ONU.
De qualquer modo parabéns a DiCaprio excelente actor que gosto
muito por se ter libertado dos seus afazeres cinematográficos e dedicar 2 anos
da sua vida a gritar que a salvação depende de todos nós e que tal como no
Triptico de Bosch do paraíso poderemos passar ao inferno desconhecido. No
entanto se for comparado aos filmes HOME e LEGACY de Yann Arthus-Bertrand, honestamente e por uma questão de
comparação entre os meios dispendidos, estes dois últimos filmes indicados
tocaram-me mais, sem desprimor.

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