Ontem foi dia de greve geral, com a particularidade (rara) de unir as duas centrais sindicais, por aquilo que li e vi (os canais de tv vão sempre aos mesmos sítios, fazer as mesmas perguntas) o país trabalhador, o que começa no turno da meia noite, os que se levantam às 5 para ir trabalhar, os que podem, pois há uns que um dia de salário é muito significativo nas contas do fim do mês, fábricas privadas pararam (não só a Autoeuropa), Lotas, Camaras Municipais, Hospitais, Escolas, Laboratórios, transportes, etc. Pararam porque a legislação laboral já está tão flexível e moldada para as politicas neoliberais, que este novo pacote é mais um prego nas limitações dos trabalhadores, a adesão foi enorme, cerca de 3 Milhões segundo as centrais sindicais, não sei se os números são esses, mas em breve se saberá com mais precisão. Mas enquanto cidadão houve duas coisas que me fizeram sair do sério, talvez nem escrevesse este pequeno e despretensioso texto. Quando um ministro de nome Amaro (penso que é assim que se chama) vem dizer que a greve é inexpressiva e que será entre 0% e 10%, aqui denota logo que a verdade é bem diferente e à noite quando vejo uma conversa entre o Miguel Sousa Tavares e Sandra Felgueiras e o primeiro diz à segunda com sorrisos, foi a uma pastelaria, foi a uma farmácia, e estava tudo a trabalhar, portanto, para ele isto basta para vir dizer que o país estava a trabalhar, depois tem as tradicionais atoardas e ataques à função publica e aos professores (de que ele gosta tanto) que se preparavam para mais um dia de greve, esta é a informação que temos, num dos canais a RTPN os novos comentadores que arranjaram agora ouvi um dizer que era mais fácil o divórcio do que despedir um trabalhador (não esquecer que estes são dos que se dizem católicos apostólicos romanos, logo se seguirem a doutrina social da igreja…), depois alegrei-me um pouco, ouvi um senhor já reformado como frisou, que estava a ver a televisão e quando ouviu um ministro dizer que a greve era de 0% a 10% ele que raramente sai em manifestações, foi para a rua para a que seguia para a Assembleia da Republica. Resta-nos o Primeiro Ministro com o seu sorriso cínico dizer que não passa nada, o mutismo do Marcelo, e os canais em grandes divulgações referirem que Portugal é o campeão do PIB, esquecem de contar que o PIB só por si é um engano, criar riqueza para quem? Distribuir por quem? Para comprar armas? Para colocar o SNS a trabalhar como deve? Fazer casa para os jovens que precisam? Façam favor de ser felizes, se puderem.
12/12/2025
FGV
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