Foto gentilmente cedida por Nuno Louzeiro
Amor – Filme de 2012, realizado por Michael Haneke, com Jean-Louis Trintignant e Emmanuell Riva (excelente interpretação) nos principais papeis, é um filme dramático sobre o amor e o envelhecimento que acontece a todos os que lá chegam, eles eram um casal de professores de música, tinham uma boa vida, um belo apartamento em Paris, entretanto os anos avançam e aquilo que pensamos vir a ser uma velhice tranquila e cheia de ainda alguma vida, desmorona-se quando Anne tem uma intervenção de desobstrução duma carótida e fica com paralisia do lado direito, George o marido tudo fará, para lhe proporcionar uma qualidade de vida aceitável, cujo quadro infelizmente vai sempre sendo pior, o sofrimento é um sufoco para Georges como para Anne, uma porque sabe que cada dia é pior que o anterior, ele porque não consegue já dar o melhor de si, para o bem dela, tudo se deteriora, eu a ver o filme vejo com dor como se fosse comigo, eles amavam-se e tudo se desmorona, todos querem uma morte rápida sem dor, mas ela por vezes entra muito devagar, como neste caso, a filha do casal também é música e vive muito pelo estrangeiro com digressões etc, para ela o caso resolvia-se com uma casa de saúde, mas ela pede-lhe que não, nem sequer quer ir a um hospital, o final é dramático como se calcula. Um filme que se vê como um drama nosso, como o amor resiste até à morte.
Entre bebés que nascem nos passeios, no chão do hospital, nas ambulâncias, entre os milhares e milhares que não têm Médico de família, ou os que esperam meses e anos por uma consulta de especialidade no SNS, entre os preços das casas que Portugal (viva) bateu o record da UE sendo o país em que as casas mais subiram tanto na compra como no arrendamento, entre tanta coisa verdadeiramente importante, dedicou-se o actual governo de direita com a orientação de extrema-direita virar-se para o “problema” da Burka. Confesso que nunca vi a locais onde fui (talvez por sair pouco para além do Oeste), nenhuma mulher com Burka, vi algumas pessoas com Hijab (um simples lenço) e vi outras poucas com Chador, uma ou outra com Nigab (mas isso até uma simples Freira com o seu traje e com máscara da pandemia é a mesma coisa, levantar um vendaval destes por isto, parece (é) tremendamente exagerado, mas estou convencido que está associado à campanha contra a imigração (tão necessária ao nosso país) mas que ouvi um tipo na TV não reparei quem era, que eles os imigrantes nos faziam sentir estrangeiros, sem comentários. Resta saber se esta Lei é Constitucional.
Quatro portugueses, entre os quais uma deputada à Assembleia da Republica, estão detidos ilegalmente em Israel, a embaixadora portuguesa neste país apresentou um protesto devido à forma como os nossos compatriotas estavam a ser tratados, como fizeram outros países, mas o que me choca mais como português é ver a verborreia que alguns debitam quer nas redes sociais quer nas tvs, contra Mariana Mortágua e os outros três nossos compatriotas que foram numa missão de paz e pasme-se, até fizeram uma petição para que Israel não libertasse M. Mortágua. Vergonha e tristeza por ver este tratamento de portugueses para portugueses.
Indochina – Filme realizado por Régis Wargnier (1992) com a excelente interpretação de Catherine Deneuve no principal papel, ainda Vincent Pérez, Linh Dan Pham entre outros. Conta um pouco a história da colonização da Indochina pela França e a independência dos países colonizados, nomeadamente o Vietname. O filme é passado numa grande propriedade seringueira, enfim uma propriedade colonial com muitas dezenas de trabalhadores por conta, e gira à volta de um amor por um jovem Oficial de Marinha francês, amor esse partilhado por Catherine D. e sua filha adoptiva Linh Dan Pham, tudo será a partir daqui um tumulto de amores perdidos e afastamentos dolorosos, que acabarão dramaticamente em simultâneo com o fim do império Indochinês da França. Um grande filme, uma excelente fotografia, gostei.
Hoje 02/10/2025, depois da flotilha de solidariedade com a palestina ter sido parada em águas internacionais por barcos da marinha de Israel, terem feito as mais diversas manobras segundo relatos de quem lá vai, abordaram os barcos e prenderam num dos barcos três portugueses e depois um quarto que seguia noutro veleiro, dos quatro portugueses, vai uma deputada da Assembleia da Republica, eles foram levados para Israel para serem interrogados. O Ministro dos Negócios Estrangeiros acompanha a situação, segundo a comunicação social. Agora o que se pede, exige é que Israel que normalmente faz o que lhe apetece em matéria de política e acções internacionais, liberte imediatamente os portugueses detidos ilegalmente em águas internacionais.
Parem a chacina em Gaza, através da fome e das balas diárias.
Crédito: Meteolitoral.com
The Departed – de Martin Scorsese, com Leonardo de Caprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Vera Farmiga, Martin Sheen e Mark Wahlberg nos principais papéis, já vi este filme algumas vezes, mas o enredo do filme, a tensão permanente, o modo como as peças se movem entre a polícia e os gangsters, chefiados por Costello (Jack Nicholson) prendem-nos do princípio ao fim, daí a razão de eu continuar a ver pois há sempre pormenores que escapam nas primeiras visualizações. Este filme foi premiado com um Óscar de Melhor filme e de Melhor realização, filme lançado em Outubro de 2006.
Morreu Claudia Cardinale diva do cinema, com 87 anos, dela nos lembramos de interpretações, em O LEOPARDO, 8 1/2, ACONTECEU NO OESTE, OS PROFISSIONAIS, etc.
Não podemos também deixar de referir o desaparecimento de grandes do cinema este ano como:
Gene Hackman
Robert Redford
David Lynch
Luis Lucas
Vi o filme pela primeira vez esta semana, de 2022, espanhol, tudo se passa em Madrid durante 24 horas, com realização de Juan Diego Botto e três personagens principais, Azucena interpretada por Penelope Cruz, que enfrenta o despejo da sua casa pela Policia de Choque a mando do banco enquanto sobrevive com um ordenado miserável de um pequeno supermercado, tudo para defender o seu pequeno filho de vir para a rua onde não terão casa, Rafa, um advogado activista que tudo faz para proteger as pessoas em perigo de despejo e outros casos sociais, como ter passado praticamente um dia a procurar uma imigrante com dois trabalhos, ao levar uma botija de gás pago do seu bolso para a casa dela (que não estava) vê a Policia levar a criança e não descansa enquanto não descobre o segundo trabalho da imigrante para lhe dizer que tem de ir com ele imediatamente à Policia senão institucionalizam-lhe o filho e depois disto ao não ter assistido a um exame médico com a sua mulher, vê a sua própria vida descambar tendo sido posto na rua e Teodora uma idosa que vive na ânsia do contacto com o filho, que não lhe atende o telefone por vergonha pois empregou todas as economias da mãe num trabalho que devido à crise não resultou e acabou na miséria, quando finalmente o filho resolve ouvir as mensagens da mãe já era demasiado tarde, dramaticamente Teodora tentava despedir-se do filho. Um filme actual com as desigualdades e frieza com que se tratam os seres mais desprotegidos, a mando dos que tudo têm e tudo podem, neste filme curiosamente são abrangidos todos os fenómenos que grassam na sociedade, falta de casas, rendas ou empréstimos demasiado elevados, precariedade de empregos (ter de ter dois trabalhos para pagar a renda e por comida na mesa)crise motivada pelas dividas soberanas deixando muitos na miséria e a ir ao banco Alimentar, caso de Azucena.
Filme que vale a pena ver, tem muito a ver com o que se tem passado nos últimos anos.
Segundo o autor, este é um livro sobre o Alentejo, não podemos estar mais de acordo, uma amostra do Alentejo de antes da Republica e depois, tudo igual, o Latifúndio, absoluto sobre terras e homens e mulheres, a guarda a cavalo e apeada com a espingarda por companhia, a fome, a miséria, a tristeza, trabalho de Sol a Sol, com uma côdea de pão a enganar o estômago, crianças com fome, muita fome, e o latifúndio, e a Guarda, com as sua cargas em Montemor, a morte na prisão com simulacro de suicídio, queremos trabalhar, queremos pão, a morte a tiro na praça de Montemor, e o latifúndio omnipresente, queremos trabalhar 8h por dia, era o que faltava, e a fome, até que um dia há notícias de Lisboa, qualquer coisa houve com os militares.
Nunca tinha visto. Apesar da realização ser de 1997, tinha gravado e vi-o agora. Realizado por Pedro Costa, é um autêntico “murro no estômago”, onde a miséria, a pobreza, o “não ter nada”, o trabalho precário, é de facto um filme que impressiona por Pedro Costa deixar o filme deslizar, como documentário, onde os diálogos são quase dispensáveis, num bairro crioulo, de Lisboa, da Lisboa dos pobres, muito pobres, no meio do filme circula ao colo ou é deitado no chão um bebé, uma pobre criança que ainda não sabe onde está metida, logo após o nascimento. Tem de se ver o filme, feito no limiar do ano 2000, onde a miséria campeia, a nível total, físico e emocional, tem de se ver a filmagem em modo documentário, para se sentir mesmo o “murro no estômago”.
Nunca fui à festa do Avante, nunca calhou, iam pessoas de todos os quadrantes, mas até hoje nunca fui, no entanto sempre reconheci a capacidade daquele partido organizar uma festa com aquela dimensão, talvez não houvesse (haja) paralelo em Portugal, com a diversidade cultural apresentada sempre de alta qualidade. Escrevo estas linhas porque me indigno que chegando ao dia 7, lembrei-me que devia ser essa festa que estaria a acabar e ainda não tinha visto uma imagem nas televisões públicas e privadas deste país, (possivelmente falha minha) até que nesse dia ao jantar e com a televisão ligada nas notícias, penso que na RTP, deram um bocadinho muito peqenininho de um pedacinho do fim da festa, sempre como fundo aquele matraquear zombeteiro, pcppcppcppcp, para que todos saibamos que ali não se passou mais nada a não ser a cassete do matraquear e do punho erguido. Digo isto, não que este partido precise de alguém que o defenda, pois eles estão habituados a este tratamento ao longo dos anos. Para trás ficou a cultura, exposições, gastronomia representativa de todo o país, música clássica, música portuguesa, etc. Que tristeza de informação.
Teve lugar hoje no Clube Recreativo Penichense a apresentaao do livro "Memórias do Afeganistão" pela autora Ângela Santos, a qual sintetizou por palavras as vivências daquele país distante e que tem atravessado alterações profundas tanto por motivos políticos como religiosos. a curiosidade era muita no meu caso e algumas questões que eu tinha foram respondidas pela autora através duma bem elaborada apresentação com fotografias de grande parte do percurso, com algumas histórias muito interessantes, acerca do que é na actualidade, O Afeganisão, agora é ler o livro e desejar à Ângela Santos os maiores sucessos.
