03/03/2012

Em defesa do nosso Hospital


A defesa de boas condições de prestação de cuidados de saúde em Peniche não é um capricho de circunstância: é um imperativo que tem a ver com as condições particulares do nosso território e das pessoas que o procuram ou nele vivem. Isso mesmo foi dito de forma clara e inequívoca, quer de modo livre e espontâneo pelos muitos milhares de pessoas que encheram por completo a praça do Município, quer pelos decisores políticos, quando voltaram atrás com a decisão de encerrar o Serviço de Urgência. Refira-se que a anterior Ministra reiterou, pouco antes das últimas eleições, a decisão de manter no Hospital de Peniche um Serviço de Urgência Básica.
Aos receios e preocupações que foram manifestados ao longo dos tempos por alguns munícipes, fomos respondendo com a ideia de que, sendo o Estado uma pessoa de bem, havia um conjunto de compromissos que nunca poderia ser posto em causa, reconhecidas que eram as razões que legitimavam esse tratamento diferenciado. Isso mesmo foi aliás sempre reafirmado nos contactos que fizemos com o Ministério da Saúde e com as estruturas descentralizadas da administração hospitalar. No entanto, sem que se tivesse verificado qualquer alteração do nosso contexto territorial e social que o justifique e na ausência de qualquer consulta aos órgãos autárquicos ou aviso prévio, soubemos que o objectivo da administração, afinal, é acabar com o Hospital de Peniche. Esta é uma decisão que não podemos aceitar, e por um conjunto de razões que certamente merecem um amplo consenso e que, pelo menos até agora, colhiam fundamento também junto da Administração:”
(Preambulo da moção aprovada por unanimidade na Assembleia Municipal de Peniche em 24 de Fevereiro de 2012)


Dão –se conta aqui do comunicado de 15 de Fevereiro de 2012 da Comissão Municipal de Acompanhamento – Em defesa do nosso Hospital S. Pedro Gonçalves Telmo –
e ainda da moção PELA NOSSA SAÚDE! Em defesa do Hospital S. Pedro Gonçalves Telmo - MOÇÃO APROVADA POR UNANIMIDADE PELA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE PENICHE, EM 24 DE FEVEREIRO.

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2 comentários:

ramiro viegas disse...

"Palavras levam o vento" já diz o Povo e com razão.Por acaso a Câmara,a comissão de acompanhamento que foi criada, conhece o teor do relatório efectuado pela equipa contratada pelo M.da Saúde para estudar a reestruturação dos hospitais (Encerramento.Pois bem,quanto ao hospital de Peniche, consta nesse relatório que no mesmo se encontram três médicos no quadro pelo que, o encerramento é fácil e rápido. A estrutura vende-se aos privados para os Serviços Continuados.È preciso falar a verdade aos Penichenses e, acabar de vez com a mentira.Também sabemos que hoje a venda do hospital é o caminho que está escrito,o desmantelamento do bloco operatório já indiciava que algo de muito concreto já estava bem definido. Contudo, amanhã pode ser que surja outra solução mas em quem nós devemos confiar com tanta coisa escondida.Será que ninguém na Câmara e na comissão de acompanhamento,tenha tido acesso ao documento da equipa contratada pelo Ministério da Saúde? Não deveria ter sido exigido a consulta do mesmo pelos autarcas em quem todos nós votámos? Acreditaram no Poder centralista? ainda não tiveram a competência para reconhecerem que continuamos a viver numa ditadura agora de Partidos que, fala no Povo mas só para o explorar e enganar.Caso se confirme a venda do hospital, conforme o previsto que resposta vão dar os autarcas a todos os que neles confiaram? Que foram enganados? Não é possível que eu venho a assistir a essa justificação esfarrapada de desleixo e falta de competência para defender os interesses de uma população que hoje como no passado se encontra abandonada.Fazendo parte do território Nacional Peniche é,mais insular que a Madeira e os Açores.Como o Povo diz "Vamos aguardar para ver" apesar de ser grande a amargura com que assisto a todo este desenvolvimento do encerramento do hospital caso o mesmo venha a acontecer julgo que o caminho mais correto será a demissão de todos os eleitos para os diversos órgãos autárquicos pois, não demonstraram capacidade para encontrar uma solução para um problema que vem agravar ainda mais a assistência médica à população de Peniche.

jorge saldanha disse...

Concordo com o que diz o Ramiro Viegas. Mas diria que, noutro contexto, as atitudes que têm sido tomadas, tanto pelo anterior como pelo actual governo, dizia eu, noutro contexto, já os defensores dos direitos humanos teriam chamado a estes governos o quê? Pensem no que os defensores dos Direitos Humanos teriam chamado (o termo menos ofensivo seria ditadores).
Abraço Chico